Só Guardiola entende o Arsenal que parou o melhor time da Europa
Na coletiva antes da partida no Emirates Stadium, Pep Guardiola afirmou que o contexto do jogo e a necessidade do resultado poderiam ser favoráveis ao Arsenal: "Nesta situação, eles têm a vantagem e vão jogar para vencer. Isso significa que eles vão tentar ter um desempenho perfeito. Temos que lutar contra isso e jogar de uma forma muito inteligente", ressaltou o técnico catalão. Soou contraditário.
Na prática, porém, ele não teria como motivar seus atletas a entrarem em campo encarando a disputa como uma decisão. Não era vida ou morte, mas uma oportunidade para o Bayern de Munique se afirmar na temporada como a grande equipe da Europa. São 100% de aproveitamento e recorde com as nove vitórias seguidas neste início de Campeonato Alemão.
Eram também no Grupo F da Liga dos Campeões, atropelando Dínamo Zagreb e Olympiakos, os algozes que surpreendentemente deixaram o time londrino com zero pontos em duas rodadas.
Não são mais. Porque Arsene Wenger preparou sua equipe para não controlar a bola, mas compactar setores e aproveitar a posse com rápidas transições. Também mobilidade na frente, aceleração pelos flancos e presença de área para as conclusões, mesmo sem o típico centroavante – Walcott como único atacante do 4-2-3-1, Giroud no banco. Mas foi numa cabeçada do camisa 14, no centro do ataque, que Neuer apareceu com uma defesa espetacular. Sem contar a intervenção em finalização de Ozil.
O Bayern de Guardiola teve a pelota no primeiro tempo: 70% de posse, 87% de efetividade nos passes. Índice baixo, muito por conta da agressividade dos Gunners no combate. Faltava efetividade. Mesmo com Douglas Costa levando vantagem sobre Bellerin e aparecendo também pela direita.
Thiago Alcântara tabelou com Muller e desperdiçou grande oportunidade à frente de Cech. O problema atrás era a fragilidade de Lahm e Bernat pelas laterais na última linha defensiva. Por isso as dez finalizações do Arsenal contra nove. Quatro para cada lado no alvo.
Segunda etapa no mesmo ritmo, porém com mais controle da equipe alemã. Wenger trocou o lesionado Ramsey por Oxlade-Chamberlain. Guardiola trocou Xabi Alonso por Kimmich e Vidal por Rafinha, com Lahm indo para o meio-campo. Douglas Costa serviu Lewandowski, mas o polonês desperdiçou – depois da carreta de gols, foi mal contra Werder Bremen pela Bundesliga e em Londres.
Pecado tão fatal quanto o de Neuer na saída do gol. Quando o Bayern parecia dominante, Giroud, que substituiu Walcott para ser a referência de fato, aproveitou o vacilo. Com a vantagem, Wenger fechou o lado esquerdo com Gibbs na vaga do exausto Alexis Sánchez.
O Bayern tentou um "abafa" final, Lewandowski perdeu mais uma chance. Foram 68% de posse no final, mais 19 finalizações contra 13. Guardiola não usou a terceira substituição. Tão indecifrável quanto o Arsenal ainda faminto que matou o jogo em contragolpe letal no ataque derradeiro: de Bellerín para Ozil, bola que cruzou a linha antes do toque de Neuer.
Vitória redentora do time que mais se entregou e foi efetivo num jogaço. Pelo que aconteceu em campo, só Guardiola entende esse Arsenal.
(Estatísticas: UEFA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.