Qual é o seu Brasil x Argentina inesquecível? O meu, um amistoso histórico
Será o 101º confronto entre os maiores rivais da América do Sul – 39 vitórias brasileiras, 36 argentinas e 25 empates. Nas partidas oficiais – Copa América, Copa das Confederações e Copa do Mundo – a vantagem é da albiceleste: em 37 partidas, 16 vitórias contra 12 brasileiras e nove empates.
Qual o seu jogo inesquecível? Para este que escreve, que começou a acompanhar futebol com algum discernimento a partir de 1981, há algumas vitórias marcantes: os 3 a 1 na Copa do Mundo da Espanha em 1982 e 2 a 0 na Copa América de 1989 no Maracanã.
A mais emblemática, porém, foi em um amistoso. Setembro de 1999. Dois confrontos – não era o "Clássico das Américas". No primeiro, 2 a 0 para a Argentina no Monumental de Nuñez no dia 4, um sábado. Gols de Verón, em falha do goleiro Dida, e Crespo. Um passeio da equipe de Marcelo Bielsa.
Na volta em Porto Alegre, o primeiro registro na memória: apesar de toda pressão, Vanderlei Luxemburgo não mexeu na escalação. Apenas fez ajustes e trabalhou o aspecto motivacional para a disputa no Beira-Rio no feriado da Independência.
Deu certo. Um massacre brasileiro: 4 a 2. Três de Rivaldo, um do Ronaldinho – o Ronaldo Fenômeno, ainda chamado no diminutivo, dando ao jovem parceiro a alcunha de "Gaúcho". Mudança de "atitude" e também tática: desmanche do habitual 4-3-1-2 de Luxemburgo à época, recuo do Gaúcho junto a Rivaldo e Ronaldinho mais à frente.
A Argentina de Bielsa se confundiu. "El Loco" já trabalhava com a montagem da retaguarda de acordo com o ataque rival. Então sofreu com Vivas, Ayala e Samuel ora contra apenas um centroavante, ora enfrentando o trio ofensivo, sem sobras. Às costas de Zanetti, que batia com Zé Roberto, e Sorín, duelando com Vampeta, já que González substituiu Cláudio López para ficar aberto à esquerda e voltar com Cafu.
Emerson pegava Verón e Roberto Carlos esperava Ortega, mais pela direita. Tempos de perseguições individuais que quase sempre geravam um "efeito dominó". Como Redondo era o típico "cinco" à frente da defesa, não acompanhava a movimentação de Rivaldo, que seria o melhor do mundo naquele ano. O camisa dez deitou e rolou. Marcou cinco gols legais para três serem validados pelo árbitro Oscar Ruiz.
Por que é histórico? Luiz Felipe Scolari, então treinador do Palmeiras, foi a Porto Alegre e viu o espetáculo do trio Rivaldo-Ronaldinho-Gaúcho. Em 2002, os protagonistas do quinto título mundial brasileiro na Ásia sob o comando de Felipão.
Anos depois, já com a rivalidade com Luxemburgo arrefecida, o técnico gaúcho admitiu que ali nasceu a ideia de juntar os três "Rs" no ataque canarinho. O blogueiro também não esqueceu. Confira no vídeo abaixo o jogo na íntegra:
E você, tem um clássico memorável entre estas seleções? Conte na caixa de comentários.
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