Título da B é o "luxo" do acesso no Botafogo que não pode se iludir
Assim como o Corinthians, o Botafogo é campeão na Série B como o time que mais venceu, menos perdeu, marcou mais gols e sofreu menos. Mas não sobrou.
Mesmo nos tempos de René Simões, oscilou entre os 4 a 2 para o Macaé e os 5 a 0 sobre o Sampaio Correa. O técnico vice-campeão carioca foi demitido na liderança da competição prioritária na temporada. Mas eliminada na Copa do Brasil e, paradoxalmente, o treinador ótimo na comunicação não se entendeu com membros da diretoria.
Chegou Ricardo Gomes. Uma incógnita, até nas condições físicas para voltar ao comando técnico. Sereno e agregador, em campo fez o simples com o elenco reformulado: 4-3-1-2, liberdade para o redivivo Daniel Carvalho criar e acionar a velocidade de Neílton e o surpreendente faro de gol do uruguaio Álvaro Navarro, artilheiro da campanha com nove gols.
Apostas e expoentes da campanha que teve resultados melhores que o desempenho médio de um Bota nem sempre tão consistente. Longe do futebol mais atual e competitivo, que precisou das defesas de Jefferson e eventualmente compensou algumas falhas do goleiro símbolo, que escolheu seguir no clube. Vai precisar liderar o grupo também em 2016.
Porque a celebração do acesso e da conquista, que nem por carência de títulos nacionais deve ser tratada além do alívio, não pode desviar o olhar da mudança de realidade. Muito mais dura em um clube com situação financeira caótica.
Mesmo superando a terra arrasada do ex-presidente Mauricio Assumpção que a nova diretoria encontrou, continua sendo a pior relação dívidas/receitas entre os grandes clubes. Fosse uma empresa, a falência estaria decretada. Sem o Engenhão, cedido para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, uma fonte de receita a menos.
Mas a vida segue, agora na Série A. O elenco montado para buscar o acesso precisa de criatividade para se repaginar. O mercado latino pode ser boa solução, mas sem a ilusão de que Navarro, contratado ao Olmedo da segunda divisão equatoriano, deve ser a referência para a disputa na "elite" brasileira. Melhor olhar para a base que entregou Fernandes, Sassá e pode amadurecer Luis Henrique. Qualidade para o time e dinheiro mais à frente na negociação inevitável pelo contexto.
Se no caos de 2015 a meta foi alcançada e o título é um "luxo", para o ano que vem o objetivo não pode passar da permanência na Primeira Divisão. A taça pode vir no Carioca. Mais que isso, só na fé do torcedor que abraçou o clube e terá que levar no colo e no coração para um futuro menos doloroso, mas ainda complexo.
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