Máquina do tempo de Eurico Miranda estaciona o Vasco na Série B
No ano da graça de 2015, o Vasco em grave crise financeira retornou à Série A depois de sofrer na segunda divisão e acreditou na volta ao passado para reconstruir o futuro.
Errou feio. O discurso da volta do respeito se sustentou no Carioca com a chancela da FERJ de Rubens Lopes, aliado político de Eurico Miranda.
No Brasileiro, o título estadual conquistado depois de 12 anos mais na aplicação e na mobilização do clube que na qualidade criou uma ilusão de competitividade na equipe de Doriva – uma das poucas apostas no novo.
Dagoberto falou o que saltava aos olhos e foi engolido pelo populismo que encanta os mais fanáticos e ingênuos. Mais uma prova de que o planejamento para se estabilizar na temporada de retorno à elite simplesmente inexistiu.
Veio Celso Roth e quando o Vasco despertou estava virtualmente rebaixado, com 13 pontos no turno. Com o risco de fazer a pior campanha da história dos pontos corridos.
Chegaram Jorginho e Nenê. Mais alguns reforços, inclusive o Leandrão do gol sobre a Ponte Preta que sinalizou a recuperação.
Só que o passivo era grande e não dava margem às oscilações de desempenho e variáveis como lesões, suspensões e erros de arbitragem.
O novo time, armado num 4-3-1-2 que virou 4-3-3 com o avanço definitivo de Nenê para desequilibrar, contou com a estagnação dos concorrentes junto aos próprios méritos para sobreviver até a última rodada.
Sobrou chuva em Curitiba. Faltou bola. Também fôlego na segunda metade do segundo tempo e um pênalti em seu camisa dez onipresente na primeira etapa. O empate sem gols, combinado com o empate do Avaí contra o Corinthians e a vitória do Figueirense sobre o Fluminense, que lutou nos 90 minutos, foi fatal.
O Vasco terminou com o pior saldo de gols: -26. Só marcou mais gols que o Joinville e sofreu menos que o Avaí. Pífio. A frustração de ter chegado tão perto, exatamente três pontos, se mistura à tristeza pelo terceiro rebaixamento em sete anos. O primeiro com Eurico, que prometeu a permanência entre os grandes enquanto fosse vivo. Como se entrasse em campo. O pecado capital foi acreditar.
Idéias e práticas arcaicas e provincianas. Grandeza apenas no discurso sem base prática. A velha máquina do tempo prometeu levar o Vasco aos tempos de glória. Estacionou na Série B.
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