Romário, 50 anos: o eterno fazedor de gols
Um domingo de dezembro de 1984, o Vasco iria decidir a Taça Rio contra o América no velho Maracanã para definir o Carioca com a dupla Fla-Flu. Dia de acompanhar o irmão cruzmaltino, já que o futebol já era um vicio, e chegar cedo pela importância do jogo. Mas havia um motivo a mais.
"Vamos ver um garoto na preliminar que está arrebentando nos juniores". Era um baixinho, já com andar de malandro aos 18 anos. Um tanto insolente, preguiçoso, abusado. Mas quando a bola chegava dentro da grande área do adversário….
Voltaria a ouvir sobre Romário no ano seguinte. Sul-Americano sub-20, campeão e artilheiro com cinco gols. No Mundial, cadê? Cortado pelo técnico Gilson Nunes por indisciplina. Perdeu a chance de ser campeão com Taffarel, Silas, Muller…
Típico Romário. Gols, talento, técnica e uma inteligência privilegiada dentro do campo. Tanta segurança que fazia do artilheiro um iceberg à frente do goleiro. Chutando de bico, de peito de pé, de chapa, de cabeça…Fora de campo, porém, o pavio acendia por qualquer coisa.
As escolhas profissionais também foram polêmicas e explosivas. Só Romário voltaria do Barcelona como melhor jogador e campeão do mundo para voltar ao Brasil e com a camisa do Flamengo ter certeza que não concorreria mais ao prêmio. Mas seria feliz.
E rei. Fazer o que quiser sem maiores contestações. Porque ser exaltado como o "gênio da grande área" por ninguém menos que Johan Cruyff na Espanha dizia muito pouco para ele. Afinal, quem é esse holandês?
Confiança. Arrogância. Pensar pela própria cabeça. Contraditório. Talvez por isso tão genial em campo. Esse era Romário. Ídolo máximo de uma geração, não a minha. Mas no imaginário popular há três imagens marcantes: a vitória sobre o Uruguai depois de prometer colocar o Brasil na Copa de 1994, a chegada com o título nos Estados Unidos com a bandeira nacional e o retorno apoteótico no ano seguinte para jogar no time mais popular do país.
Que deixaria em nova polêmica para voltar ao clube que o revelou e construir uma relação de amor e ódio até o milésimo gol. Até o chute derradeiro em 2008, depois da artilharia do Brasileiro pelo Vasco em 2005, aos 39 anos. Sentimentos que caminham juntos quando envolvem Romário. Este que escreve já chorou de gratidão, mas também raiva do eterno camisa onze.
Mas não podia ficar em silêncio e deixar passar os 50 anos do melhor atacante que viu jogar. Ou o eterno fazedor de gols. Para mim, desde 1984. Para sempre Romário.
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