Topo

André Rocha

Na estreia de Robinho, o brilho de Cazares. Como escalar os dois no Galo?

André Rocha

25/02/2016 00h37

O Estádio Independência queria ver Robinho, mas Diego Aguirre foi cuidadoso e colocou a nova estrela de início no banco. Decisão inteligente.

Alternando intensidade e posse de bola, além da forte jogada aérea, como quer o técnico uruguaio, o Atlético Mineiro foi beneficiado pelo gol logo aos três minutos de Lucas Pratto, completando passe de Marcos Rocha. Depois massacrou o Independiente Del Valle: 63% de posse, nove finalizações contra três – cinco a zero no alvo. Chamaram atenção os 11 desarmes certos para o Galo contra apenas dois.

Mas saltou aos olhos mesmo a dinâmica de Juan Cazares. Centralizado atrás de Pratto no 4-2-3-1, é o meia que pensa correndo. Sem comparações, o equatoriano lembra o santista Lucas Lima pela movimentação procurando a bola, dando opções de passe e fazendo o jogo acelerar. Um primeiro tempo de encantar as retinas, mesmo sem o devido entrosamento.

No primeiro tempo, Cazares ditou o ritmo do Galo intenso e rápido que aproveitou o gol logo no início de Pratto para envolver o Independiente Del Valle (Tactical Pad).

No primeiro tempo, Cazares ditou o ritmo do Galo intenso e rápido que aproveitou o gol logo no início de Pratto para envolver o Independiente Del Valle (Tactical Pad).

Cansou na segunda etapa. A senha para a entrada de Robinho. Totalmente compreensível pelo aspecto físico. O problema foi deixar Patric em campo e despertar a ira da torcida. Frustrou também o espectador que queria ver os dois juntos.

Robinho foi praticamente outro atacante e esvaziou o meio-campo. Aguirre tentou compensar com Junior Urso na vaga de Leandro Donizete, que já tinha cartão amarelo. O time equatoriano ganhou espaços e fez Victor trabalhar. Angulo quase empatou em chute forte, a mais perigosa das três conclusões do visitante na segunda etapa.

A posse do Galo caiu para 57%, não houve controle do jogo. Robinho errou muito, natural por não conhecer os companheiros. Tem crédito e lastro para evoluir. A questão é como escalar a principal contratação da temporada até aqui com Cazares.

É viável. No 4-2-3-1, Cazares pode recompor pela esquerda e ganhar liberdade para articular. Robinho fica com Pratto na frente e nas ações ofensivas procura o lado esquerdo. Infiltra em diagonal e abre o corredor para Douglas Santos. Clayton, por ora, aguarda uma oportunidade. Mas é outra ótima contratação para a temporada.

A referência deve ser o desempenho da primeira etapa na segunda vitória na Libertadores e inserir um Robinho mais pronto para enfim ser o protagonista. Desta vez foi Cazares.

Robinho e Cazares podem alternar pela esquerda e no centro da articulação atrás de Lucas Pratto (Tactical Pad).

Robinho e Cazares podem alternar pela esquerda e no centro da articulação atrás de Lucas Pratto (Tactical Pad).

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.