Não bastam camisa e lampejos para o Real Madrid superar o Atlético
Se o Barcelona desconstruiu a compactação do Atlético de Simeone no Camp Nou com a qualidade técnica e o talento que criam um volume de jogo insuportável, o Real Madrid sofreu no Santiago Bernabéu com desfalques pontuais que comprometem todo o trabalho coletivo.
Marcelo e Bale. Depois Benzema, que não voltou do intervalo. Exatamente os que mais alimentam o finalizador Cristiano Ronaldo. Danilo, destro, não deu amplitude pela esquerda, James Rodríguez sem intensidade. Borja Mayoral é aposta interessante para o clube que pouco revela, mas naturalmente falta vivência. O mesmo com Lucas Vázquez, que substituiu James.
Pouco diante da disciplina habitual dos colchoneros na execução do 4-4-2. Linhas próximas, atenção e concentração no trabalho defensivo – basculações e coberturas. Sem contar a pressão constante e obsessiva no homem da bola. Griezmann e Fernando Torres voltando e negando espaços a Kroos e Modric. Paciência para conduzir um primeiro tempo com 33% de posse.
87% de efetividade nos passes dos merengues, mas muita circulação da bola entre zagueiros e volantes, pouca criação e quase nenhuma profundidade com Isco e James pelos lados. Só a cobrança de falta de Cristiano Ronaldo e um abafa com finalização torta de Benzema.
No início da segunda etapa, a bola para Ronaldo encerrar as críticas pela falta de gols decisivos em jogos grandes da temporada. Chute cruzado para fora. Pouco antes de Griezmann iniciar o contragolpe, acionar Filipe Luís e aparecer na área para marcar seu 13º gol, depois de seis rodadas.
Numa rara falha coletiva da retaguarda de Simeone, Ronaldo perdeu nova chance, desta vez de cabeça. Teria outra menos cristalina mais tarde que Oblak defendeu com serenidade. O Atlético recuperou a força mental com os argentinos Kranevitter e Correa nas vagas de Augusto Fernández e Fernando Torres. Resistiu à pressão desordenada do rival, que subiu a posse para 69%, finalizou 15 vezes contra nove. Insuficiente.
Primeira derrota de Zidane, depois da média de cinco gols por jogo no Bernabéu nas quatro partidas em casa -71 gols marcados na competição. Grande atuação de Saúl Níguez no terceiro triunfo seguido sobre o Real no Bernabéu. Vitória do sistema defensivo mais eficiente da Europa de apenas 11 gols sofridos em 26 rodadas.
Para superá-lo não bastam só camisa e lampejos sem consistência coletiva. O sólido time de Simeone segue na luta inglória de encerrar o reinado do Barca hegemônico.
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