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André Rocha

Diego Simeone, o técnico que o mundo gostaria de ter

André Rocha

15/03/2016 20h25

O Atlético de Madri sofreu e não conseguiu ir às redes contra o PSV nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Com um jogador a mais por 23 minutos, mais os descontos, em Eindhoven após a expulsão do uruguaio Gastón Pereio.

Mais 120 minutos no Vicente Calderón. Penou contra o 5-4-1 armado por Phillip Cocu que se defendia bem e saía rápido no toque de Propper e Guardado no meio acionando pelos flancos Van Ginkel e Locadia, que acertou a trave de Oblak.

A execução do 4-4-2 só funcionou na primeira etapa no passe de Koke para Griezmann que fez Zoet brilhar mais uma vez no confronto. Fernando Torres entrou bem e contribuiu para as 24 finalizações do time espanhol contra nove dos holandeses.

Sem o Radamel Falcao de 2012 e o Diego Costa de 2014 como referência na frente, Diego Simeone não tem o time letal de outros tempos, por isso mantém a compactação e a intensidade, porém investe um pouco mais em posse de bola. Trabalhando para Griezmann definir.

O francês só conseguiu acertar sua cobrança na decisão por pênaltis. Tensão absoluta no estádio com a sequência de bolas nas redes de Oblak e Zoet. Saúl Ñiguez bateu mal, o goleiro holandês tocou. Mas entrou.

A torcida em desespero se calou. Até Narsingh caminhar para a cobrança e Simeone clamar com gestos e gritos por vibração, comprometimento e cumplicidade para criar novamente uma atmosfera favorável. Talvez não tenha influenciado o adversário a chutar forte no travessão.

Mas foi a senha para Juanfran, já com a massa em êxtase, garantir o Atlético de Madri novamente nas quartas-de-final na principal competição de clubes do planeta. Terceira vez consecutiva. Sem a qualidade e o poder de decisão de outros tempos, mas ainda competitivo.

Desde 2011 em outro patamar. Campeão de Liga Europa, Copa do Rei, Campeonato Espanhol. A segundos e uma cabeçada de Sergio Ramos da Champions. Duelando com o melhor Barcelona da história e o Real Madrid de Cristiano Ronaldo. Exemplo de concentração, superação e fibra. Tática, estratégia e espírito. Às vezes confunde garra com truculência. Não é bonito, mas deve ser ótimo de torcer.

Com Diego Simeone, que pode não ser o melhor treinador do planeta. Mas é o técnico que todo o mundo gostaria de ter.

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.