Espírito alemão salva Guardiola e supera a sólida Juventus num jogaço
A Juventus teve atuação perfeita nos primeiros 45 minutos na Allianz Arena. Sem Dybala e Marchisio, Massimiliano Allegri armou um 5-4-1 compacto, alternando marcação adiantada, obsessiva e uma parede à frente da própria área.
Saída rápida nos contragolpes com Cuadrado aberto e Pogba saindo da esquerda para dentro. O francês marcou o primeiro e teve atuação de craque em boa parte do jogo. O colombiano fez um golaço aproveitando jogada de Morata que lembrou Maradona servindo Caniggia em 1990 contra o Brasil – sem comparações, obviamente.
Podia ter saído o terceiro, em impedimento mal marcado de Morata em nova saída de bola equivocada dos bávaros, que sofriam com uma atuação pluripatética de Alaba, falhando nos dois gols. Mas principalmente com as escolhas infelizes de Guardiola.
A maior delas, trabalhar com Douglas Costa à direita e Ribéry pela esquerda com a ausência de Robben, gripado. Pontas com pés invertidos. Um contrasenso no 2-3-5 que cria com os laterais Lahm e Alaba por dentro para os ponteiros abrirem o jogo. Ou ao menos um deles.
Resultado: quando ultrapassava a pressão italiana, o Bayern afunilava o jogo, batia na parede, perdia a bola e era surpreendido em contragolpes seguidos. Com 27% de posse, a Juve parecia aprimorar a estratégia letal do Real Madrid em 2014 na semifinal da Liga dos Campeões contra o time de Guardiola.
O jogo pedia Coman e Thiago já na volta do intervalo. O técnico catalão preferiu resgatar a formação da defesa do jogo em Turim: Bernat no lugar de Benatia, recuando Alaba para a zaga. A ideia era qualificar a saída de bola.
Não funcionou, só que desta vez a Juventus não aproveitou. Desperdiçou chances cristalinas no "contropiede". O Bayern parecia desmanchar, com Ribéry exagerando no individualismo. Até Guardiola se render e mandar a campo Coman para, enfim, abrir o jogo à direita. Saiu Xabi Alonso.
O time italiano recuou demais. A ponto de se defender em alguns momentos com sete na última linha: os cinco, mais Cuadrado e Pogba nas "laterais". Allegri trocou Khedira e Cuadrado por Sturaro e Pereyra. Na frente, perdeu velocidade com Mandzukic no lugar de Morata.
O time de Guardiola, da troca de passes, deu lugar ao velho espírito alemão: persistente, inabalável, mesmo com o tempo passando e a vaga escorrendo pelos dedos. Sem vergonha do jogo feio, da bola aérea. Douglas Costa, com liberdade de movimentação, colocou na cabeça de Lewandowski. No final, jogada de Coman, gol de Muller. No abafa, no jogo aéreo. Empate na fibra. Um jogaço!
Salvo dos próprios pecados, Guardiola trocou o exausto Ribéry por Thiago. Douglas Costa voltou ao lado esquerdo. Com os dois ponteiros jovens bem abertos, esgarçou a marcação do sólido rival na prorrogação. Abriu espaços no meio para Thiago tabelar com Muller e encaminhar a vaga.
Saída descoordenada da Juve, transição rápida e gol de Coman. Bayern nas quartas-de-final. Acreditem: apesar de Guardiola.
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