Empate em Recife é o de menos. Até quando o David Luiz? Outro 7 a 1?
A seleção brasileira fazia sua melhor atuação coletiva em jogos oficiais nesta segunda passagem de Dunga. Saída de bola com qualidade, transição com Renato Augusto distribuindo bem os passes e o trio Willian-Neymar-Douglas Costa acelerando no último terço do campo, aproveitando as fragilidades da retaguarda do Uruguai sem Godín e Giménez, com Victorino e Coates.
Trabalho facilitado pelo gol de Douglas Costa antes do primeiro minuto na Arena Pernambuco. Com Fernandinho na área uruguaia. Meia no 4-1-4-1 mantido depois da vitória sobre o Peru. Desta vez sem Neymar procurando o espaço de Douglas à esquerda. Pelo centro, boa visão de jogo do camisa dez. Nem tanto o passe que Renato Augusto aproveitou a falha de Álvaro González com bela finta em Muslera. Golaço.
Até a inversão às costas de Filipe Luís – valorizado por Dunga desde a primeira convocação pelo melhor desempenho defensivo em relação a Marcelo – e o toque de Sánchez que encontrou Cavani. Porque David Luiz ficou apenas olhando a bola.
Gol que equilibrou as ações já na primeira etapa de 59% de posse e seis finalizações brasileiras contra quatro – três no alvo para cada lado.
Início da segunda etapa. Passe para Suárez e o David Luiz disperso na cobertura como quase sempre demorou a chegar. Chute nem tão forte do camisa nove, bola defensável que Alisson aceitou. Empate.
Na conta de David Luiz. Sem perseguição. Apenas constatação. Se Thiago Silva foi descartado pela frágil liderança na Copa do Mundo e a falha na Copa América, o que falta para outro zagueiro menos destrambelhado e aleatório nas tomadas de decisão ganhar a chance de construir uma seqüência na defesa brasileira?
A virada celeste quase saiu em outro erro imperdoável do camisa quatro que o artilheiro do Barcelona só não aproveitou porque desta vez Alisson foi bem. Falhas capitais que desestabilizaram uma boa atuação.
Dunga tentou com Coutinho, Ricardo Oliveira e, no final, Lucas Lima uma resposta ao movimento de Oscar Tabárez que trocou Cristian Rodríguez por Álvaro González já depois do intervalo. Desmontou o 4-4-2 e repaginou num 4-1-4-1 abrindo Cavani à esquerda. Depois tirou Sánchez e colocou Stuani, ponteiro que também teve sua chance à frente de Alisson.
Saldo final: Brasil com 58% de posse, mas só mais duas conclusões contra oito uruguaias. Sintomático.
Faltou um pouco de Neymar, suspenso para o jogo contra o Paraguai, para ao menos tentar descomplicar no talento. Faltou consistência a Willian, Renato Augusto e Douglas Costa. Faltou calma na adversidade. O empate frustra, mas até fica em segundo plano.
Porque David Luiz está sobrando. Não dá mais para ele. Até quando a insistência? Outro 7 a 1?
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