A paz do Cruzeiro de Deivid no país do futebol de resultados
Um técnico novato, ex-jogador que nunca chamou atenção pelas noções de tática e estratégia. Mas estudou e tenta colocar em prática seu modelo de jogo. Complexo, como o futebol atual. Linhas próximas, posse, pressão no homem da bola, mobilidade em progressão, sem a referência do centroavante. Rapidez e intensidade no último terço.
O "combo" Deivid requer paciência. Principalmente por ser uma aposta depois da saída de Mano Menezes para a China que jogou por terra o planejamento original para 2016.
Difícil no Cruzeiro sem conquistas em 2015 depois de um bicampeonato brasileiro e vendo o rival Atlético Mineiro disputando Libertadores. Para variar, vigora a análise de resultado neste início de temporada: goleadas sobre os pequenos no Estadual, vitória no clássico.
A primeira parte não foi cumprida, apesar da liderança no Campeonato Mineiro. Pior ainda com a eliminação na Copa Sul-Minas Rio, mesmo com o caráter amistoso. A senha para Deivid entrar na máquina de moer carne e espírito. Pressão sobre o estreante como se fosse profissional saturado de cancha e vivência. Vire-se!
Mesmo desfalcado de Dedé, Alisson, Willian e De Arrascaeta, no clássico disputado no Estádio Independência às onze da manhã, o Cruzeiro não abriu mão de sua maneira de jogar. Só não adiantou a marcação em respeito ao rival e temendo o calor.
Disputa pilhada, com momentos de truculência desproporcional. Taticamente, Allano entrou à esquerda para tentar proteger Sanchez Miño de Luan e Marcos Rocha. Romero do lado oposto deixando Henrique e Ariel Cabral no centro na segunda linha de quatro.
Élber circulando às costas dos volantes do rival, se aproximando de Rafael Silva e cabeceando no travessão na primeira etapa. O Cruzeiro tentou ser agressivo, veloz na transição ofensiva.
Nem sempre conseguiu, apesar do bom primeiro tempo. Também por méritos do Galo de Diego Aguirre, até mais esfacelado por ausências importantes. Porém ajustado, muito pela base mantida e reforçada. Robinho centralizado, atrás de Lucas Pratto.
55% de posse atleticana e nada menos que 20 finalizações contra oito, obrigando o time celeste a cometer 20 faltas contra 13. Também fez de Fábio, em seu 49º clássico, o melhor em campo.
Mas venceu. Chute de Elber, rebote do jovem e inseguro goleiro Uilson, lançado às feras com as lesões de Victor e Giovanni. Rafael Silva marcou seu sexto gol na temporada, em nove partidas. Comemorou com provocação.
Também compensou a queda de produção no trabalho coletivo, apesar da ligeira melhora na segunda etapa após a entrada de Matias Pisano no lugar de Allano, que podia ter sido expulso. Elber foi para o lado esquerdo com Fabrício, que substituiu o também amarelado Sanchez Miño e cometeu pênalti sobre Pratto ignorado pela arbitragem. Sufoco no final. Quem se importa?
Com os três pontos no duelo mais esperado, abriu seis no topo da tabela. No país do futebol de resultados é o que vale para viver tempos de paz. Fundamental para Deivid seguir amadurecendo no novo ofício.
(Estatísticas: Footstats)
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