Com histórias diferentes, Bayern e Barcelona abrem vantagem. Mas deveram
Diego Simeone surpreendeu com formação ofensiva para o jogo de ida no Camp Nou, com Griezman, Fernando Torres e Carrasco na frente.
No fundo, porém, apenas replicou sistema e estratégia do Real Madrid no sábado: 4-1-4-1 com Gabi entre as linhas de quatro para negar espaços, alternando marcação adiantada e compactando setores à frente da própria área.
Com Messi caindo à direita no início, o Atlético mudou para duas linhas de quatro, com Saul Ñiguez abrindo pela direita e Griezmann adiantado. Mas durou pouco, inexplicavelmente. O argentino voltou a procurar o centro e a equipe de Madri retornou ao sistema inicial.
Também começou a sair para o jogo. Trocando passes e aproveitando que o Barca adiantava linhas, mas não fazia pressão no adversário com a bola. Koke teve liberdade para servir Torres aos 25 minutos. Personagem pelo gol e pela tola expulsão dez minutos depois.
O leitor pode questionar o rigor do árbitro Felix Brych na entrada sobre Busquets, mas não a imprudência do atacante na seqüência de faltas. O erro do juiz foi não aplicar o mesmo critério com Busquets, Suárez e outros dos dois times ao longo de um jogo tenso e duro. Mas sem teorias da conspiração.
Depois de muitos protestos, Simeone reagrupou sua equipe num 4-4-1 com Griezmann adiantado. Ou dando o primeiro combate na própria intermediária. A senha para um duelo ataque x defesa de quase sessenta minutos. O "ônibus" colchonero lembrou a Internazionale em 2010 e o Chelsea em 2012.
Mas desta vez havia Luis Suárez. Nem tanto pela atuação – assim como contra o Real, ficou devendo em desempenho. Mas transformou em bolas nas redes de Oblak o domínio de 68% de posse de bola, 19 finalizações contra sete (5 a 2 no alvo).
Fruto da circulação de bola com inversões, toques curtos e jogadas individuais para fazer valer o homem a mais. Desta vez Luis Enrique usou as três substituições: Rafinha Alcântara, Sergi Roberto e Arda Turan formando nova trinca de meio-campistas. Destaque para os laterais Daniel Alves e Jordi Alba, que serviram Suárez nos gols. 45 no mesmo número de jogos na temporada.
Mas ficou a impressão de que era possível aproveitar melhor a vantagem numérica e ferir mais o Atlético que será forte no Vicente Calderón.
Assim como o Benfica também saiu vivo da Allianz Arena. Apesar do gol de Vidal aos dois minutos que parecia o prenúncio de uma goleada histórica, lembrando os 6 a 1 que o rival Porto sofreu na temporada passada.
A diferença foi que o time luso recuou quando foi empurrado pelo volume por vezes sufocante do time alemão, mas nunca se amedrontou ou abdicou de jogar.
Guardiola repetiu o ataque do início contra a Juventus: Douglas Costa à direita e Ribéry pela esquerda. Pontas com pés invertidos, mas tentando abrir o jogo e dar profundidade. Nem sempre conseguiam, até pela tendência de cortar para dentro.
A mudança significativa foi o meio-campo mais leve e intenso com Vidal e Thiago Alcântara articulando e aparecendo como elementos surpresa. No primeiro tempo, muita pressão na perda da bola que atrapalhava a transição ofensiva dos encarnados. Jonas era mais marcador que criador, atrás do centroavante Mitroglou. Nem sinal do goleador da Europa com 30 gols.
Ainda assim, o Benfica cumpriu o "manual" contra os times da posse de bola: pressão nos tiros de meta, nas bolas recuadas para o goleiro e nas cobranças de laterais no campo de defesa para tentar impedir o passe "limpo" de trás. Quando ultrapassado, recompõe em linhas muitos próximas.
Faltou contundência ao Bayern, sobrou disciplina e concentração aos visitantes, que podem reclamar de um toque de braço de Lahm que pela nova orientação às arbitragens poderia ter sido marcado pênalti na primeira etapa.
O Benfica competiu. Com 36% de posse, finalizou dez vezes contra 15. Só uma na direção da meta de Neuer. De Jonas, que o goleiro alemão salvou. Os bávaros mandaram cinco no alvo. Com 89% de acerto nos passes, controlaram o jogo no campo de ataque.
Mas produziu pouco, porque a precisão técnica não foi a de outras jornadas. Na frente entraram Coman e Gotze nas vagas de Douglas Costa e Muller. Atrás, Javi Martinez no lugar de Kimmich para aumentar a estatura da defesa, mas andou se atrapalhando. Também contra Raul Jimenez e Sálvio, a dupla ofensiva que entrou em seguida. Assim como Samaris, que adiantou Sanches – aposta de Rui Vitória para criar no final. Sem sucesso.
Em Lisboa, Jonas fará muita falta. Mas a disputa da vaga na semifinal está em aberto. Com favorito intacto, porém. Assim como em Madri. Mais pelo poder das equipes e a capacidade de propor o jogo em qualquer campo do que pelas vantagens construídas.
As potências mundiais ficaram devendo.
(Estatísticas: UEFA)
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