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André Rocha

Real Madrid paga pela desconcentração - nunca menospreze um alemão!

André Rocha

06/04/2016 21h07

O time merengue teve 15 minutos de domínio na Volkswagen Arena. Trocando passes, encontrando brechas entre as linhas adversárias, iniciando a marcação no ataque. Foi às redes com Cristiano Ronaldo, impedido por pouco, finalizou com Benzema e Bale.

O que parecia óbvio desde o sorteio dava a impressão de que se concretizaria naturalmente em campo. O Wolfsburg se defendia num 4-1-4-1, com Luiz Gustavo à frente da defesa. Mas penava atrás no confronto direto com os avantes rivais.

Até o pênalti de Casemiro sobre Schurrle que Ricardo Rodríguez converteu aos 17 minutos, encerrando a invencibilidade de Navas – 738 minutos. Draxler, aberto à esquerda na linha de meias como nos melhores tempos de Schalke, ficou no mano a mano com Danilo, escalado por Zidane para aumentar o poder ofensivo fazendo dupla com Bale.

Quatro minutos depois, o camisa dez cortou da esquerda para dentro, encontrou Bruno Henrique livre pela direita, com Marcelo mal posicionado. Passe do brasileiro, ex-Goiás, gol de Arnold.

Seis minutos de desconcentração. Marcação frouxa, defesa exposta. Letal no jogo. Quem sabe no confronto? Este que escreve já abordou a importância de atenção e intensidade no máximo de tempo possível dentro dos noventa minutos – leia AQUI. Vale o reforço.

O Real Madrid teve 59% de posse, finalizou 21 vezes contra dez. Mas apenas três no alvo, contra sete do Wolfsburg. Eficiência do time de quatro brasileiros, dois suíços, um francês, um português. Três alemães – Arnold, Draxler e Schurrle.

Principalmente o espírito germânico. De acreditar no improvável, Aproveitar o relaxamento do oponente para o golpe fatal. Com persistência, disciplina, abnegação. Também a técnica que desmancha os clichês de outros tempos. Que não fazem mais sentido depois dos 7 a 1.

O Real está vivo, mas no Bernabéu terá que ser gigante. Contundente. Com foco, fazendo o pressing. Mas sem descuidar da retaguarda. Porque o Wolfsburg, mesmo trôpego na Bundesliga e sem o fulgor da temporada passada com De Bruyne, não vai se curvar tão fácil.

Fica a lição para todos nós: nunca menospreze um alemão!

Wolfsburg no 4-1-4-1 que sofreu atrás, mas aproveitou a desconcentração do Real na execução do 4-3-3 que expôs a última linha defensiva merengue (Tactical Pad).

Wolfsburg no 4-1-4-1 que sofreu atrás, mas com objetividade aproveitou a desconcentração do Real na execução do 4-3-3 que expôs a última linha defensiva merengue (Tactical Pad).

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.