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André Rocha

A eficiência absurda de Cristiano Ronaldo na virada histórica em Madri

André Rocha

12/04/2016 19h28

Benzema circulou mais pela esquerda, deixando Cristiano Ronaldo mais centralizado num Real Madrid que controlou o jogo com linhas adiantadas e fez sofrer o Wolfsburg que perdeu Draxler ainda no primeiro tempo - Kruse entrou no ataque e Schurrle foi fazer o lado esquerdo do 4-1-4-1 (Tactical Pad).

Benzema circulou mais pela esquerda, deixando Cristiano Ronaldo mais centralizado num Real Madrid que controlou o jogo com linhas adiantadas e fez sofrer o Wolfsburg que perdeu Draxler ainda no primeiro tempo – Kruse entrou no ataque e Schurrle foi fazer o lado esquerdo do 4-1-4-1 (Tactical Pad).

O Real Madrid aproveitou a atmosfera favorável no Santiago Bernabéu, com a torcida normalmente mais contemplativa incendiando a equipe, para reeditar por mais tempo os bons quinze minutos iniciais do jogo de ida em Wolfsburg.

Marcação adiantada, pressão na saída de bola dos alemães, concentração. Também inversão de Cristiano Ronaldo e Benzema na execução do 4-3-3, encontrando espaços entre os setores do 4-1-4-1 do Wolfsburg. Carvajal fechando o setor de Draxler e descendo para o apoio. Arnold e Bruno Henrique bem vigiados. Casemiro seguro na proteção.

A posse chegou a 66% no primeiro tempo. Apenas cinco finalizações, três no alvo. Uma cabeçada no travessão de Sergio Ramos. Dois gols de Cristiano Ronaldo. O ponteiro habilidoso que virou um atacante completo no seu auge agora é um finalizador espetacular. Que faz mais com menos.

Centro de Carvajal, falha da zaga, quem estava para aproveitar? O mesmo que se antecipou na cobrança de escanteio e com 16 minutos pulverizou a vantagem alemã. Eficiência absurda de Cristiano Ronaldo.

O time merengue voltou a penar quando recolheu as linhas e diminuiu a pressão. A defesa sofre quando exposta ao confronto direto. O Wolfsburg subiu a posse para 43% e finalizou também cinco vezes, mas nenhuma chance cristalina. Perdeu Draxler, lesionado. Kruise entrou na frente e Schurrle foi fazer o lado esquerdo.

Segunda etapa com o Real rondando a área rival, administrando a tensão por não poder sofrer o gol "qualificado". Até a falta de Luiz Gustavo que Cristiano Ronaldo cobrou com a bola passando por dentro da barreira e saindo de Benaglio.

Nos contragolpes, a equipe de Zidane empilhou chances, aproveitando os espaços cedidos. Finalizou 19 vezes, mas só o português foi às redes, em cinco conclusões. Há 31 anos o Real Madrid não conseguia reverter um 2 a 0 em competições europeias . Desta vez havia um artilheiro extraordinário.

41ª vez que marcou três gols em um mesmo jogo. Dezesseis nesta edição da Liga dos Campeões, em apenas dez partidas. 92º do recordista no torneio.

Surreal. Produto da obsessão pelo trabalho, que sempre merece ser exaltada. Um superatleta que aproveita o que tem de melhor para construir a média de gols de um extraterrestre. Já um dos maiores goleadores de todos os tempos.

O grande trunfo do Real Madrid para as semifinais na rota de "La Undecima".

(Estatísticas: UEFA)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.