A pintura de Saúl no Atlético "de Libertadores” e a dura missão do Bayern
A estratégia de Diego Simeone diante de um time de posse de bola novamente funcionou no Vicente Calderón. Assim como contra o Barcelona, iniciou abafando, aproveitando a atmosfera da torcida em êxtase.
Sem a bola, marcação adiantada e pressão. Na transição ofensiva, time descendo em bloco, mas sem valorizar muito a posse. Para não errar e ceder espaços à equipe mais qualificada, a jogada é definida rapidamente.
Menos quando Saúl Ñíguez colou a bola no pé esquerdo, limpou Thiago Alcântara, Bernat, Xabi Alonso e Alaba para bater com efeito e marcar um dos mais belos gols desta edição da Liga dos Campeões. Obra de arte que contradiz as teses reducionistas de "time de Libertadores, que não joga, truculento". Uma equipe apenas violenta não investiria em um jovem tão talentoso quanto Saúl.
Com a vantagem logo aos dez minutos veio a segunda parte do plano de jogo de Simeone: linhas compactas à frente da meta de Oblak negando espaços. Jogadores concentrados no posicionamento e nos confrontos diretos com rivais mais habilidosos. Desta vez mais no 4-4-2 que no 4-1-4-1.
Pep Guardiola respondeu com um Bayern ainda controlando a bola, porém muito mais intenso, vertical, explorando os cruzamentos procurando Lewandowski. No segundo tempo, desmontou o 4-1-4-1 que visava preencher mais o meio-campo e avançou com Muller e Ribéry.
Quando Benatia entrou na zaga e Alaba foi fazer a lateral esquerda, ofensivamente o time bávaro lembrou muito o da tríplice coroa, comandado por Jupp Heynckes na lendária temporada 2012/13. Na formação e no estilo.
Amassou os colchoneros com mais de 70% de posse (69% nos 90 minutos) e volume de jogo sufocante, com troca de passes, mas também jogadas aéreas. Bola no travessão com Alaba, Oblak fazendo grandes defesas em cabeçada de Javi Martinez e chute de Vidal.
Dezenove finalizações contra onze – sete a cinco no alvo. Podia ter virado. Mas quase saiu com os 2 a 0 que eliminou o Barca. Faltou "El Nino" Torres acertar o chute que carimbou a trave de Neuer num contragolpe em altíssima velocidade. Para lembrar que esse Atlético nunca se desmancha mentalmente.
Por isso o Bayern terá que ser um rolo compressor na Allianz Arena. Dentro e fora de campo, com sua torcida também apaixonada. Apuro técnico e variações táticas como pede Guardiola, mas também as tradicionais abnegação e persistência alemãs. Como na virada sobre a Juventus nas oitavas. Ou com mais intensidade.
Porque é semifinal de Champions. Porque é dura a missão de dobrar o time de Simeone, que provou sua força em mais uma noite mágica em Madri. Na capacidade de competir, mas também na pintura de Saúl.
(Estatísticas: UEFA)
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