Payet descomplica estreia nervosa da França. Eurocopa será da compactação
A falta de uma força destacada entre as seleções europeias, a fantástica temporada de vários jogadores do país e o fato de ser a anfitriã transferiram para a França um favoritismo na Eurocopa. Ao menos até a bola rolar.
Porque a tensão da estreia no Stade de France atrapalhou a equipe de Didier Deschamps, que tentou compensar com técnica e movimentação, alternando trocas de passes curtos e bolas longas e cruzamentos procurando o pivô Giroud.
A Romênia dificultou com o espírito de franco-atirador e uma característica que deve ser a tônica deste torneio: a compactação. Linhas muito próximas negando espaços, estreitando a marcação, pressionando a região onde está a bola. Bloqueio ao condutor e fechando as linhas de passe, especialmente pelos flancos. Disputa em não mais que trinta metros.
O contexto, o peso da camisa e a necessidade definirão quem vai tentar propor o jogo e quem terá como plano reagir às ações do adversário. Na abertura, a obrigação de se impor era da França.
Se Pogba e Griezmann, em tese as grandes estrelas, pouco conseguiram além de alguns bonitos passes do meia da Juventus e uma cabeçada do atacante do Atlético de Madrid na trave no primeiro tempo, coube a Payet desequilibrar.
Inicialmente cortando da esquerda para dentro no 4-1-4-1 que tinha o dinâmico Kanté na proteção da insegura retaguarda com Rami e Koscielny e atrás de uma linha de quatro com muita mobilidade: Griezmann, Pogba, Matuidi e Payet. Troca de posições abrindo os corredores para os laterais Sagna e Evra alargarem o campo e buscarem o fundo.
Assim Les Bleus abriram o placar na segunda etapa com Giroud em assistência de Payet da direita e falha na saída do ótimo goleiro Tatarusanu. Porém levou o empate logo em seguida no pênalti de Evra sobre Stanciu que Stancu converteu. A Romênia que teria que mudar seu plano de jogo reagiu rapidamente e voltou à ideia inicial que as substituições do técnico Iordanescu não alteraram. O 4-2-3-1 seguiu organizado.
Deschamps mudou abrindo ponteiros: Coman e Martial nas vagas de Pogba e Griezmann. Qualidade e versatilidade no grupo convocado para repaginar a seleção num 4-2-3-1 que deu liberdade a Payet, com sobras o grande destaque da partida. Decisivo no golaço que levou o meia do West Ham às lágrimas.
França de 59% de posse de bola, 82% de acerto nos passes, 14 finalizações contra 10 – cinco a dois no alvo. Domínio natural dos donos da casa, a "zebra" tentou controlar defensivamente. Payet decidiu.
Para furar linhas tão fechadas, o talento é ainda mais fundamental.
(Estatísticas: UEFA)
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