Gómez decisivo! A importância do centroavante em um típico jogo da Eurocopa
Irlanda do Norte x Alemanha foi um típico jogo desta Eurocopa. Com vinte segundos, ou antes mesmo da bola rolar, já é possível saber quem vai propor o jogo e quem vai se defender com proposta reativa. Ou seja, quem será Guardiola e quem será Mourinho.
Por isso Joachim Low mexeu na campeã do mundo. Kimmich entrou na lateral direita para ser opção de apoio e, principalmente, abrir o jogo, esgarçar as linhas de marcação. Porque os irlandeses em vários momentos se fecharam com os quatro defensores bem próximos e centralizados.
Os meias abertos, ou "wingers" do 4-1-4-1 – Ward à direita e Dallas pela esquerda – bem recuados, praticamente como laterais. Sim, seis homens na última linha. Quase handebol.
Para infiltrar nessa barreira à frente da meta de McGovern, muita paciência, troca de passes comandada por Toni Kroos, mobilidade e diagonais dos ponteiros Muller e Gotze, o toque diferente de Ozil dando apoio, as infiltrações como surpresa de Khedira.
No primeiro tempo, 67% de posse, 12 finalizações contra apenas uma. Mas quem furou e chegou às redes foi Mario Gómez. A outra mudança de Low. Centroavante que destoa na técnica, mas foi a presença física que rondou a área rival. Movimentação? Apenas a suficiente para não atrapalhar os companheiros, mas sempre na zona de decisão.
Curiosamente, o gol saiu em jogada pelo meio, em tese onde está mais congestionado. Ozil apareceu pela direita, encontrou Muller centralizado. Na combinação com Gómez, o centroavante fez o gol único da partida, no rebote. Cumpriu sua missão: abrir a fórceps o compacto sistema defensivo do oponente.
No segundo tempo, outra nuance deste futebol pragmático e estudado: a Irlanda não abriu mão de sua ideia e seguiu à espera do erro alemão. Quebrando um velho paradigma. Para que sair e correr o risco de sofrer uma goleada se é possível seguir se defendendo e achar o empate num contragolpe ou na bola parada? Ajuda a explicar a baixa média de gols no torneio, além da fórmula que classifica também os quatro melhores terceiros colocados.
Sem sucesso, porém. Nenhuma conclusão nos 45 minutos finais, mesmo com desvantagem no placar. Também porque a Alemanha seguiu sua carta de intenções e respondeu com controle com a bola e no campo de ataque, mas sem correr riscos. Subiu a posse para 73% e finalizou mais 14 vezes, 26 no total. Mario Gómez tentou mais três vezes. Ficou no 1 a 0.
Em tese, frustração alemã apesar da liderança no Grupo C. Mas a leitura do jogo mostra que faltou apenas precisão nas conclusões. O roteiro nos 90 minutos era até previsível. Nada bonito de ver e filosoficamente questionável. Mas dá para entender.
Gómez fez a diferença. O centroavante mais "grosso" que não atrapalha a dinâmica no ataque e usa o instinto predador para dar o toque final, mesmo sem refinamento. Decisivo.
(Estatísticas: UEFA)
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