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André Rocha

As primeiras impressões do Sevilla de Sampaoli e a vocação do Real Madrid

André Rocha

09/08/2016 20h18

Paulo Henrique Ganso não estreou. Sequer foi relacionado. Mas nas primeiras impressões já foi possível perceber as ideias de Jorge Sampaoli no Sevilla que decidiu a Supercopa da Europa em Trondheim, Noruega.

A começar pela posse de bola, que nos 90 minutos sempre rondou os 65%. Saída com passes rasteiros, ora com os zagueiros Pareja e Carriço abertos e um dos volantes, N'Zonzi ou Iborra, recuando para qualificar o passe. Ou Kolodziejczak, escalado na lateral, voltando na linha dos defensores e o meia Vitolo espetando como ala.

Variações para priorizar a construção com o time descendo em bloco. Para o início do trabalho, a missão é transformar o controle da bola em volume de jogo. A rigor, o atual bicampeão da Liga Europa finalizou pouco.

O Real Madrid foi mais efetivo, mesmo com a formação mais alternativa que Zinedine Zidane mandou a campo e deixou os titulares Modric e Benzema no banco, mais James Rodríguez. Pepe e Cristiano Ronaldo ainda não estão prontos. Destaque para Marco Asensio. Não só pelo golaço que abriu o placar, mas pelo estilo do meia de 20 anos revelado pelo Mallorca.

Aberto pela esquerda no 4-1-4-1,  permitia que Marcelo apoiasse mais por dentro e ajudasse Kovacic e Isco na articulação. Pela direita, Lucas Vázquez fazia boa dupla com Carvajal. O time merengue não tinha a bola, porém era mais vertical e eficiente.

Sevilla de Jorge Sampaoli com variações na saída de bola, triangulações pelos flancos, porém menos efetivo que o Real Madrid com formação inicial alternativa, no mesmo 4-1-4-1 do final da temporada passada, com força pela esquerda com Asensio aberto e Marcelo apoiando por dentro em vários momentos (Tactical Pad).

Sevilla de Jorge Sampaoli com variações na saída de bola, triangulações pelos flancos, porém menos efetivo que o Real Madrid com formação inicial alternativa, no mesmo 4-1-4-1 do final da temporada passada, com força pela esquerda com Asensio aberto e Marcelo apoiando por dentro em vários momentos (Tactical Pad).

Mas o Sevilla, com paciência e rondando a área rival, empatou com o argentino Franco Vázquez ainda no primeiro tempo. Virada na segunda etapa com a cobrança de pênalti do ucraniano Konoplyanka, que entrou na vaga de Vietto e o ataque ficou sem uma referência na frente. Também perdeu um homem, com a expulsão de Kolodziejczak.

Vitolo virou lateral de vez e Sampaoli simplificou com um 4-4-1 básico, com Rami na zaga e Kranevitter no meio-campo. Mas ainda com sua filosofia: bola no chão, triangulações pelos flancos e sem abrir mão do ataque. Jogo controlado e título próximo.

Não fosse o Real do outro lado, já com Modric, Benzema e James em campo. Não fosse Sergio Ramos na área do oponente aos 48 minutos. Outro empate salvador na cabeça do zagueiro no lance derradeiro do tempo normal.

Lembrou Lisboa em 2014. O Sevilla, porém, não se desmanchou mentalmente como o Atlético de Madrid na prorrogação. Diminuiu a posse, recuou as linhas por conta do cansaço. Mas com organização e intensidade. Teve gol anulado de Sergio Ramos em lance discutível com Rami. Caminhava para os pênaltis.

Não fosse o Real Madrid, maior da Europa. Não tivesse Carvajal um vigor físico absurdo para a arrancada que abriu todos os caminhos pela direita até vencer o goleiro Rico. No final do tempo extra.

A segunda conquista como técnico de Zidane. O terceiro título do torneio para o clube. Venceu todas neste século – 2002 e 2014. Porque levar para casa taças continentais parece a vocação do Real.

Na prorrogação, o Sevilla se fechou num 4-4-1 e o Real Madrid, com Modric, Benzema e James Rodríguez, ocupou o campo de ataque e garantiu o título da Supercopa da Europa com o golaço de Carvajal (Tactical Pad).

No final do tempo extra e na prorrogação, o Sevilla se fechou num 4-4-1 e o Real Madrid, com Modric, Benzema e James Rodríguez, ocupou o campo de ataque e garantiu o título da Supercopa da Europa com o golaço de Carvajal (Tactical Pad).

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.