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André Rocha

Lucas Lima desperta com Santos na Copa do Brasil. Mas Vasco está vivo

André Rocha

25/08/2016 08h01

O Vasco não foi muito feliz no retorno à Copa do Brasil. Além do momento de baixa nas oscilações naturais da temporada, até para quem está na Série B, encarou na Vila Belmiro um Santos redivivo.

Não só por conta dos retornos dos campeões olímpicos Zeca, Thiago Maia e Gabriel. Principalmente pelo despertar de Lucas Lima, muito provavelmente pela convocação de Tite para a seleção principal. Em meio a uma temporada confusa, com expectativa por uma proposta de um grande centro europeu que (ainda) não veio, o camisa vinte oscilou demais em comparação ao segundo semestre de 2014 e à temporada passada.

Nos 3 a 1 sobre os cruzmaltinos no jogo de ida das oitavas de final, o meia dinâmico, que pensa correndo, foi disparado quem mais ficou com a bola no alvinegro praiano – pouco mais que dois minutos, só atrás de Andrezinho. Na atuação, só não foi superior a Renato, o volante passador que fez o primeiro gol em assistência de Lucas Lima e depois serviu o próprio meia de calcanhar no terceiro, o mais bonito do jogo. Ricardo Oliveira, outro destaque, fez o segundo em bela cobrança de falta.

O desempenho do Santos ao longo da partida não foi regular. Talvez por assentar quem ficou de fora da equipe por algum tempo. Houve momentos de intensidade, rapidez e muita mobilidade na execução do 4-2-3-1 habitual, mas também de espaçamento entre os setores e dispersão que o Vasco aproveitou para equilibrar as forças e terminar o jogo com mais finalizações – onze a nove. Uma na trave de Andrezinho.

Mas sofreu com o volume de jogo santista, no ritmo de Lucas Lima. Muitas brechas entre as duas linhas de quatro organizadas por Jorginho sem a bola que desmontam o losango no meio-campo quando Jorge Henrique recua pela esquerda para liberar Nenê mais próximo de Ederson. A dupla criou boa oportunidade em contragolpe. A melhor, no entanto, Andrezinho desperdiçou à frente de Vanderlei.

Falha grotesca do zagueiro Luiz Felipe, que novamente destoou com erros técnicos e de posicionamento, sobrecarregando Gustavo Henrique. Também porque o Santos depende do trabalho coletivo sem a bola. Renato, com 37 anos, é o volante mais plantado para jogar com a bola, não correndo atrás de Andrezinho e Nenê. Mas foi Eder Luís, o substituto do camisa dez cruzmaltino, que achou nos acréscimos o gol para recolocar o time carioca de volta à disputa. Esperança, apesar dos três jogos sem vencer.

O Santos teve 54% de posse e mais eficiência nas finalizações – das quatro no alvo, três nas redes. Também a chance de matar o confronto, porém segue favorito para confirmar a vaga em São Januário. Porque recupera forças com a equipe de Dorival Júnior mais completa e, principalmente, Lucas Lima aceso e produtivo.

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.