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André Rocha

Palmeiras, líder em pontos, gols e finalizações. Futebol prático e vertical

André Rocha

28/08/2016 18h40

Fluminense sem mobilidade para sair da marcação individual no meio-campo do Palmeiras: Moisés em Cícero, Tchê Tchê pegando Douglas e Gabriel seguindo Marcos Júnior. Bola roubada, saída rápida pelos flancos e muitas jogadas aéreas. A fórmula simples de Cuca que funcionou no Mané Garrincha (Tactical Pad).

Fluminense sem mobilidade para sair da marcação individual no meio-campo do Palmeiras: Moisés em Cícero, Tchê Tchê pegando Douglas e Gabriel seguindo Marcos Júnior. Bola roubada, saída rápida pelos flancos e muitas jogadas aéreas. A fórmula simples de Cuca que funcionou no Mané Garrincha (Tactical Pad).

A estratégia de Cuca para enfrentar o Fluminense era simples: pressão na saída de bola tricolor, marcação individual no meio: Moisés pegava Cícero, Tchê Tchê saía em Douglas e Gabriel colava em Marcos Júnior.

Bola roubada, muita velocidade pelos flancos com Erik e Dudu. Gabriel Jesus, de volta ao time, mais adiantado, o meio-campo aproximando e os laterais Jean e Zé Roberto apoiando alternadamente. Na bola parada, o perigo de sempre. Escanteios, faltas e as já tradicionais cobranças de laterais de Moisés diretamente na área adversária.

Futebol prático, rápido e vertical. Letal no primeiro tempo com os gols de Dudu, em falha grotesca de Diego Cavalieri, e Jean, no rebote de um abafa na área do Flu. As duas no alvo de oito, o dobro do rival. Isso com apenas 39% de posse. Só nove passes errados. Objetividade.

O Fluminense colaborou. Primeiro por não aprender com o Flamengo que jogo contra o Palmeiras no Mané Garrincha é, no mínimo, campo neutro. Mesmo impossibilitado de atuar em Edson Passos e no Rio de Janeiro por conta dos Jogos Olímpicos, a escolha do local poderia ter sido mais cuidadosa.

Em campo, aceitou sem mobilidade a marcação palmeirense. Gustavo Scarpa tinha espaços para sair da ponta e circular às costas dos volantes que estavam preocupados com as perseguições individuais.

Defensivamente, a ingenuidade de fazer faltas seguidas na intermediária defensiva diante de uma equipe que tem a bola parada como ponto forte. Em 24 minutos o jogo estava praticamente definido. A defesa menos vazada do campeonato sucumbiu diante do ataque mais positivo.

Podia ter virado goleada. Mas Gabriel Jesus estava mesmo impedido no gol anulado. Mais oito conclusões dos visitantes na segunda etapa. Levir Culpi tentou com Marquinho, Aquino e Danilinho. As mesmas quatro finalizações do primeiro tempo e pouca infiltração.

Também porque o Palmeiras controlou bem o jogo, mesmo com muitas faltas (19 contra 17 do Flu). Cuca usou seu banco qualificado mandando a campo Arouca, Cleiton Xavier e Roger Guedes. É time difícil de ser batido em qualquer campo. Mais ainda no Mané Garricha.

Líder em pontos, gols marcados e finalizações. Na rota do título porque é prático, vertical. Simplifica fazendo mais com menos. Em Brasília, a 13ª vitória em 22 rodadas.

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.