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André Rocha

O Flamengo dos golaços usa elenco na dose certa desta vez

André Rocha

01/09/2016 01h21

Há uma semana, Zé Ricardo deu a impressão que o Flamengo priorizaria totalmente o Campeonato Brasileiro ao escalar praticamente um time reserva em Florianópolis no primeiro jogo da fase nacional da Copa Sul-Americana.

Nove suplentes. Quatro na última linha defensiva e mais o goleiro. Faltou vivência ao jovem técnico de bons conceitos. Natural. Mas não é assim que se usa um elenco. Porque por mais que a reposição tenha nível parecido com o do titular, há uma diferença de entrosamento, ritmo de jogo e confiança. No atacado raramente funciona.

Dentro deste cenário, os 4 a 2 no Orlando Scarpelli pareciam irrecuperáveis. Pior ainda com o gol aos seis minutos de Rafael Silva, "carrasco" dos rubro-negros em 2015 pelo Vasco. Por isso o sinal de que havia matado o confronto em Cariacica.

Aniquilou o Figueirense com a expulsão tola ainda na primeira etapa que fez o Flamengo impor ainda mais volume de jogo. Com os titulares das últimas partidas. Diego organizando, Everton e Gabriel trocando de lado e buscando as diagonais, laterais Pará e Jorge passando, William Arão apoiando. Leandro Damião fazendo pivô, abrindo espaços e com presença física na área para concluir.

Golaços de Everton e Jorge. Virada, mas faltava um. Zé Ricardo, então, usou o elenco que tem às mãos. Na medida exata. Alan Patrick entrara no lugar de Márcio Araújo recuando Arão e ganhando passe para quebrar as linhas de 4-4-1 do oponente. Mas também precisava do drible.

Fernandinho substituiu Everton, com uma finta abriu o clarão na retaguarda adversária e fechou o placar necessário com o terceiro belo gol. Para ganhar tempo no final, o técnico do Fla trocou Gabriel por Emerson.

Pelo currículo do Sheik, um luxo no elenco. No desempenho, nem tanto. Pouco acrescentou e ainda perdeu bola boba que deu um último contragolpe ao Figueirense, que não aproveitou e agora vai lutar para seguir na Série A do Brasileiro.

O Flamengo pode brigar nas duas frentes. No torneio continental, Real Garcilaso ou Palestino. No Brasileiro, seis dias sem jogos por conta da data FIFA. Tempo para seguir aprimorando a base titular e as variações de um time que cresceu com Diego e Damião. Desta vez usando as peças do elenco fortalecido na dose certa.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.