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André Rocha

Suárez, o melhor centroavante do mundo a serviço do líder Uruguai

André Rocha

06/09/2016 22h04

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Ele é o atacante que todos sonham para seu time: se entrega como um jogador essencialmente tático, tem ótima leitura de jogo, não é individualista, muito menos estrela que desagrega elencos. Trabalha demais para potencializar o talento para marcar gols e servir os companheiros, praticamente na mesma medida. Não foge das pancadas.

Luis Suárez chegou aos 18 gols nas Eliminatórias nos 4 a 0 sobre o Paraguai em Montevidéu. Marcou um de pênalti sofrido por ele mesmo. Agora é o segundo maior artilheiro das disputas por vagas na América do Sul para a Copa do Mundo, a um gol de Hernán Crespo. Ficou de fora das quatro primeiras rodadas pela suspensão da FIFA. Terá mais dez para igualar e superar este recorde. Com naturalidade.

Também serviu os dois de Cavani como um autêntico ponteiro, uma jogada de cada lado. Ou seja, jogou para a equipe e ainda reclamou quando Oscar Tabárez resolveu poupá-lo depois de levar uma pancada dura com a goleada já construída.

Com 46, ostenta também a artilharia da seleção uruguaia, em 86 jogos. Mais 20 assistências. Um fenômeno que alça a Celeste à liderança das Eliminatórias. É mais um que no auge tem a falta de sorte de ser contemporâneo dos dois extraterrestres Messi e Cristiano Ronaldo.

Em números e desempenho, porém, a concorrência desde que chegou ao Barcelona ficou mais dura. Não por acaso, faturou a Chuteira de Ouro da Europa, com incríveis 40 gols no Espanhol, disputando com os dois gênios. Com Messi, foi líder também em assistências. Sintomático.

Porque não pára de evoluir. Sabe proteger, atacar o espaço, infiltrar em diagonal – especialmente na seleção, armada no 4-4-2 e fazendo uma dupla à moda antiga com Cavani. Posicionamento perfeito, velocidade, visão de jogo. O sangue nos olhos é a cereja do bolo. Ou, para ele, nada mais que a obrigação.

A humildade em campo também está nas palavras. "Pensava que não tinha qualidade para jogar no Barcelona", revelou em entrevista à TV holandesa KPN. O perfeccionismo sempre carrega algo de neurótico. Mas na dose certa pode dar ótimos resultados.

Suárez quer ser melhor a cada dia. Sem um pingo de narcisismo –  é o menos midiático do trio MSN do Barça e, também por isso, corre o risco de nem figurar entre os três finalistas da Bola de Ouro 2016 – e um mar do suor uruguaio. Por isso é, hoje, o melhor centroavante do mundo.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.