Arbitragem não pode ser "bengala"! Faltou competência ao Fluminense
No ano passado o protesto foi legítimo. Na semifinal da Copa do Brasil contra o Palmeiras, o pênalti marcado sobre Zé Roberto no Maracanã foi absurdo. O Fluminense teve boa atuação, a chance da classificação nos pés do sacrificado Fred no Allianz Parque e ficou a frustração por um erro grosseiro da arbitragem de Leandro Vuaden ter negado a vaga na decisão.
Já na Arena Corinthians o trabalho de Rodolpho Toski Marques foi complicado, pela quantidade de lances que poderiam provocar discussões. Mas não houve nenhum erro claro. Pelo contrário. Os três gols foram anulados corretamente por impedimentos de Cícero e Richarlison, este de visualização um pouco mais complicada pelo toque de Henrique com outros jogadores na disputa.
Nos pênaltis reclamados é óbvio que sempre haverá polêmica porque são lances interpretativos. No primeiro tempo, Giovanni Augusto e Cícero disputam o espaço na área e o corintiano leva vantagem no corpo. Para este que escreve contato normal. Na segunda etapa, Marquinhos Gabriel e Cícero se agarram e o tricolor se joga claramente, dobrando os joelhos. Nada.
A expulsão de Marquinhos talvez tenha sido rigorosa, mas não há como saber o que o jogador disse depois de receber o cartão amarelo. Após tantos protestos, a tensão entre os tricolores e o juiz era clara. Já o pênalti que Richarlison tentou cavar no final em disputa com Fagner é típico do time desesperado que sabe que a arbitragem está pressionada e tenta se aproveitar duma possível indecisão ou instinto de tentar compensar e equilibrar as forças.
É óbvio que sempre haverá o questionamento: se o jogo fosse no Rio de Janeiro as decisões seriam as mesmas? Nunca saberemos.
A única certeza é de que o Flu teve uma enorme chance de conseguir a classificação para as quartas-de-final diante de um Corinthians abalado e limitado tecnicamente, embora mais organizado por Fabio Carille, efetivado como substituto de Cristóvão Borges. Uma clara demonstração que o diretoria corintiana não espera muito da temporada e já pensa em 2017.
Mais uma vez faltou ao tricolor qualidade nas finalizações e mais atenção defensiva em um jogo definido nos detalhes. Não pela arbitragem, que serviu de "bengala" para o presidente Peter Siemsen. Afinal, é mais fácil transferir a responsabilidade do que justificar as decisões infelizes no gabinete que respingaram no campo.
O Fluminense não teve competência para avançar no torneio mata-mata e agora só resta o sonho de G-4 no Brasileiro – está a cinco pontos do Santos, quarto colocado. Hoje improvável exatamente pela inconstância do time de Levir Culpi. Retrato do clube em 2016.
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