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André Rocha

Ecos do bom primeiro turno na vitória do Palmeiras. Contagem regressiva

André Rocha

20/11/2016 21h53

De novo foi com sofrimento e pela vantagem mínima. Mas na análise além do placar foi possível perceber, especialmente no primeiro tempo, ecos do Palmeiras que mostrou bom futebol no primeiro turno no Brasileiro.

Começando pela vontade de jogar. Ainda com foco no resultado, mas controlando mais a bola – terminou com 64% de posse – e evitando as bolas levantadas na área. Muito por conta do meio técnico e leve: Tchê Tchê, Moisés e Cleiton Xavier. Com alguns efeitos colaterais, como espaços para Camilo articular as ações ofensivas do Botafogo.

Sofreu ainda mais com a saída de Mina no primeiro tempo. Mas tinha passe no meio, com o trio mais o apoio dos laterais Jean e Zé Roberto, que são meio-campistas e atacavam por dentro. Os pontas Roger Guedes e Dudu ficavam bem abertos para espaçar a marcação e Gabriel Jesus circulava por todo ataque. Como nos melhores momentos da campanha.

Criou, teve ótima chance com Moisés e também cedeu oportunidades ao Botafogo. Porque tentar propor o jogo impõe riscos. E o Bota de Jair Ventura é time forte e organizado, mesmo com os desfalques no meio de Aírton e Bruno Silva, além de Alemão que jogou como meia aberto à direita, que saiu lesionado no primeiro tempo após disputa com Zé Roberto.

Segunda etapa que continuou disputada com propostas ofensivas. Cuca trocou Cleiton Xavier por Alecsandro. Trouxe Dudu por dentro e abriu Gabriel Jesus à esquerda. Quando o Botafogo parecia um pouco mais encorpado e perigoso, o contragolpe que começou com Dudu acionando Jesus terminou com o camisa sete completando de cabeça.

Com Gabriel no lugar do lesionado Tchê Tchê, o Palmeiras foi só concentração e foco para evitar o empate do Bota ofensivo com Sassá, Pimpão, Neílton, Camilo e Leandrinho. Pressão no jogo eletrizante de 34 finalizações, 17 para cada lado.

E aí entrou em campo o Palmeiras do segundo turno: time que congela a bola quando tem a vantagem. Mesmo jogando mal, não vacila como seus concorrentes. Enquanto Santos e Flamengo cederam empates em 2 a 2 nos minutos finais para Cruzeiro e Coritiba, respectivamente, o alviverde sustentou mais uma vez o 1 a 0.

Por isso já é o campeão brasileiro. Contagem regressiva para a matemática apenas concretizar a conquista.

(Estatísticas: Footstats)

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.