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André Rocha

Alô, Ceni! Cinco ídolos que não esperaram para virar treinadores

André Rocha

24/11/2016 15h18

Leao Sport

Rogério Ceni foi anunciado oficialmente novo técnico do São Paulo. Talvez uma grande oportunidade para ídolo e clube, mas também pode arranhar a imagem de um treinador iniciante e pouco contribuir com o tricolor do Morumbi.

Incógnita. Também porque a história mostra casos de ídolos que não esperaram muito para mudar de ofício. Alguns deram muito certo, outros nem tanto. O blog lista cinco casos:

1 – Paulo César Carpegiani

Talvez o mais bem sucedido de todos. Fez a sua despedida do futebol num amistoso com o Boca Juniors de Maradona e meses depois assumiu o Flamengo após a demissão de Dino Sani, desgastado pela relação tensa com os jogadores e por conta da eliminação no Brasileiro de 1981 para o Botafogo.

Trocou Baroninho por Lico, aprimorou a forma de jogar desenvolvida por Cláudio Coutinho e partiu com Zico, Júnior, Leandro, Andrade, Adílio e companhia qualificada para as maiores conquistas do clube: Taça Libertadores e Intercontinental, além do Brasileiro de 1982.

2 – Emerson Leão

Parou de jogar em 1986 no Palmeiras e no ano seguinte já iniciou a carreira de treinador no Sport. Personalidade forte, liderança firme e centralizadora, disciplinado e disciplinador que bateu de frente com a "Democracia Corintiana".

Assumiu o Sport no ano seguinte e chegou à decisão do Módulo Amarelo com o Guarani e venceu no início de 1988 o que seria o quadrangular para definir o campeão brasileiro. Oficialmente foi sua primeira conquista. Seu grande momento na carreira, porém, seria no título nacional com os "Meninos da Vila" em 2002.

3 – Toninho Cerezo

Líder nato, símbolo do Atlético Mineiro. Encerrou a carreira em 1997 e assumiu o cargo de treinador em 1999. Não deu muito certo e o Galo seria vice-campeão brasileiro em 1999 com Humberto Ramos.

Eliminando na semifinal o Vitória treinado por…Toninho Cerezo, que conseguiu campanha surpreendente. Depois voltaria a Atlético e Vitória, mas fez carreira mesmo no futebol japonês, conquistando títulos pelo Kashima Antlers, onde trabalhou até o ano passado.

4 – Leovegildo Júnior

Campeão brasileiro em 1992 apelidado de "Vovô Garoto" pela torcida, ídolo inquestionável do Flamengo. Naquele ano chegou a ser convocado por Carlos Alberto Parreira para amistosos da seleção brasileira. Chamava a atenção pelo cabelo bem grisalho.

Em 1993, jogou no primeiro semestre, inclusive disputando a Taça Libertadores e se aposentou já assumindo o time no lugar de Evaristo de Macedo e levando a equipe à decisão da Supercopa Sul-Americana contra o São Paulo e, no ano seguinte, ao vice do Carioca. A carreira não decolou e hoje é comentarista da TV Globo.

5 – Carlos Alberto Torres

O "Capita" que nos deixou há pouco tempo se despediu do futebol dentro de campo no Cosmos em 1982 e no ano seguinte estrearia como treinador no Flamengo de Zico em meio ao Brasileiro sucedendo Carpegiani – Carlinhos, o Violino, comandou por três partidas como interino.

Chegou, mobilizou o grupo, escalou os garotos Elder e Julio César para dar liberdade a Leandro, Junior, Adilio e Zico. Na estreia, 5 a 1 sobre o Corinthians no Maracanã e arrancada para o título. No ano seguinte, venceu o Estadual pelo Fluminense campeão brasileiro com Parreira no primeiros semestre. Depois teve carreira oscilante e virou comentarista.

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.