As muitas quedas no rebaixamento do Internacional
O Internacional começou a cair em 2015.
Quando dispensou Diego Aguirre após boa campanha na Libertadores em busca de um "fato novo" para o Gre-Nal e levou históricos 5 a 0;
Quando com o mesmo raciocínio imediatista contratou Argel Fucks mais pelo perfil "sangúineo" e pela história do treinador no clube do que por qualquer convicção em um trabalho a médio/longo prazo;
Quando depois de bons números no returno do Brasileiro – a segunda melhor campanha, só atrás do campeão Corinthians – e, mesmo sem atuações muito consistentes, resolveu manter Argel. A velha "gratidão" que pouco contribui e costuma comprometer o planejamento para o ano seguinte;
Também quando não preparou ou contratou uma liderança para suceder D'Alessandro, que voltou para o River Plate em fevereiro, e o time ficou um tanto órfão dentro de campo;
Quando depois de mais uma conquista estadual e o bom início no Brasileiro, uma oscilação tirou o emprego de Argel. Como se ninguém soubesse que os trabalhos do técnico se desgastam ao longo do tempo pela personalidade de difícil convívio. Faltou convicção na contratação e também na dispensa;
Quando tratou o maior ídolo do clube como um qualquer, condicionado a resultados imediatos. Falcão foi demitido com depois de cinco partidas, dois dias após assinar o contrato. De novo o pensamento mágico de que um mito dentro de campo resolveria no comando;
Quando seguiu com crenças e trouxe de volta Celso Roth, campeão da Libertadores em 2010 disputando apenas semifinal e final. Depois de outra demissão intempestiva, do uruguaio Jorge Fossati. Mas desta vez confiando pelo passado em um técnico que entregou a Jorginho o Vasco condenado ao rebaixamento em 2015. O que esperar?
A repetição do "milagre" do Lisca Doido, que salvou o Ceará do rebaixamento para a Série C. Faltando três rodadas para o fim do campeonato. Como podia dar certo?
Não deu. No campo, mais uma atuação pluripatética, salva pelo chute de Ferrareis que Marcos Felipe, jovem terceiro goleiro do Flu, aceitou e ao menos impediu a derrota na despedida. O último vexame. Ou não.
Porque o clube deve seguir na luta contra o Vitória nos tribunais para punir um suposto erro na negociação com o zagueiro Victor Ramos. Pior ainda se a CBF provar a utilização de documentação falsa por parte dos colorados. Tão lamentável quanto as declarações de Fernando Carvalho logo após a tragédia com a Chapecoense na Colômbia.
Seria a "cereja do bolo" de uma seqüência de equívocos de uma diretoria ultrapassada e incompetente. O desempenho em campo foi mera consequência. Duro golpe no torcedor que na semana do primeiro título importante do rival Grêmio em 15 anos vive a vergonha inédita do rebaixamento. A maior de todas.
A massa colorada não merecia. Mas foram muitas quedas nessa vagarosa descida até o inferno. Agora é pensar em 2017, com nova direção, provavelmente Antonio Carlos Zago no comando técnico.
Para superar 2016, independentemente da divisão, sem esquecer as várias lições deste ano negro. Para voltar a construir um futuro do qual se orgulhar. Sem deixar de ser um gigante.
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