O Atlético Nacional não merecia! Time, torcida, povo...
A semifinal do novo formato do Mundial Interclubes costuma ser cruel para o campeão da Libertadores, pela tensão de uma estreia com tamanho favoritismo. Mesmo para o Corinthians, último sul-americano que conquistou o planeta em 2012.
Mas foi duro ver o Atlético Nacional sofrer a maior derrota de um campeão do nosso continente. Justo o clube colombiano que emocionou o Brasil e o mundo com tanta solidariedade na tragédia da Chapecoense.
Em campo é possível lamentar muita coisa, principalmente o bom primeiro tempo com 60% de posse, 16 finalizações e duas bolas na trave. Muito volume de jogo com o volante Uribe se juntando a Macnelly Torres e aparecendo na área adversária e finalizar, os ponteiros Berrio e Mosquera buscando as diagonais e o pivô de Borja, deixando as jogadas de fundo para os laterais Bocanegra e Díaz.
Mas tanta volúpia ofensiva cobrava um preço: apenas os zagueiros Aguilar e Henríquez, este muito lento e estabanado, e o volante Arias ficavam atrás para conter os contragolpes do Kashima Antlers. Há tempos o futebol japonês não se resume à correria. Inclusive em tempos recentes a seleção e alguns clubes pecaram por caminharam direção contrária: ficaram previsíveis e lentos pelo excesso na troca de passes.
O campeão japonês comandado por Ishi Masatada parece combinar melhor a qualidade no passe e a rapidez nas transições ofensivas. Sem contar a disciplina e a concentração já conhecidas para a execução do esquema com as linhas de quatro bem próximas e sabendo adiantar a marcação. Ainda assim, cedeu espaços e poderia ter saído atrás no placar.
Mas foi às redes no pênalti polêmico, com o uso do recurso eletrônico. Depois da jogada finalizada. Falta clara de Berrio em Nishi, mas com o zagueiro japonês impedido. Que não participou do lance porque foi derrubado. Se chegasse na bola, o ataque seria anulado. Prova de que o uso do vídeo é mais que válido, mas não vai resolver tudo.
A cobrança precisa de Shoma Doi é que começou a definir a semifinal. Porque o Atlético sentiu o golpe, voltou do intervalo mais desorganizado e menos fluente na frente. Piorou com a entrada de Guerra no lugar de Arias que recuou Uribe. Ainda assim, o empate só não veio porque Cristian Dájome perdeu à frente do goleiro Sogahata.
Com linhas adiantadas e no desespero, o Atlético deixou espaços generosos para os contragolpes que terminaram no gol de calcanhar de Endo e o golpe final de Suzuki. 3 a 0 ficou pesado demais para quem teve 61% de posse e 24 conclusões contra apenas dez dos japoneses.
O Atlético não merecia…time, torcida e povo que foram puro coração com os brasileiros. Mas no Japão o emocional também atrapalhou. Uma pena.
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