Conhecimento: a arma de Eduardo Baptista para convencer no Palmeiras
Tite aceitou a proposta da CBF e sua primeira missão foi estudar os jogos da seleção brasileira desde 2013 e depois mapear detalhadamente o que cada atleta no radar estava fazendo em seu clube.
Eduardo Baptista chega ao Palmeiras campeão brasileiro e inicia a temporada depois de dissecar a equipe de Cuca nos 38 jogos da competição nacional, além de analisar informações detalhadas de seus novos comandados, inclusive os novos contratados.
Tite é campeão mundial com o Corinthians, mas se comparado com Guardiola, Ancelotti, Mourinho e outros treinadores que comandam as estrelas do escrete canarinho, sua situação era parecida com a do filho de Nelsinho Baptista, jovem treinador sem grandes títulos no currículo, em um time vencedor.
Um técnico começa a vencer quando convence seus jogadores de que sua ideia é viável. Se não há tanto carisma e títulos para apresentar, o conhecimento é fundamental. Porque hoje o jogador, com staff e empresário a tiracolo, não precisa de um pai. Apenas de um treinador que deixe duas coisas bem claras: o que ele precisa fazer em campo e por que ele é titular ou reserva da equipe.
Gestão de grupo é ser franco e direto. Todos podem elogiar Tite na seleção por ter mudado o clima pesado dos tempos de Dunga. Mas se não houvesse trabalho e informação, a ponto de surpreender os atletas, o sucesso imediato em campo seria mais difícil.
Eis a arma de Baptista. Diante de Felipe Melo – jogador inteligente, de personalidade forte e que entende o futebol atual – e de Guerra, melhor da última Libertadores, além dos campeões de Copa do Brasil e Brasileiro dos últimos anos, se não houver convicção e conteúdo para apresentar virá a pergunta cruel: "ganhou o quê?" Exatamente o que inviabilizou sua permanência no Fluminense de Fred.
O técnico terá que fazer entender as razões para mudar das perseguições individuais dos tempos de Cuca para a marcação por zona e, com a bola, construir um jogo mais apoiado, com bola no chão e transição ofensiva rápida para surpreender o adversário. No mesmo 4-3-3/4-1-4-1 da campanha vencedora no ano passado.
Falta o centroavante para repor Gabriel Jesus e fechar o elenco que Alexandre Mattos começou a remontar ainda em 2016. Pensando em Cuca, agora com Eduardo Baptista. O maior desafio da carreira do novo comandante. Uma incógnita que pode dar certo através do conhecimento.
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