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André Rocha

Flu tem quarteto promissor; Vasco de Cristóvão precisa partir do básico

André Rocha

29/01/2017 20h25

Fluminense foi envolvente com o quarteto Scarpa, Sornoza, Douglas e Wellington entre Orejuela e Henrique Dourado e aproveitou os muitos espaços deixados por um Vasco envelhecido e sem intensidade para executar o plano de jogo de Cristóvão Borges (Tactical Pad).

Fluminense foi envolvente com o quarteto Scarpa, Sornoza, Douglas e Wellington entre Orejuela e Henrique Dourado e aproveitou os muitos espaços deixados por um Vasco envelhecido e sem intensidade para executar o plano de jogo de Cristóvão Borges (Tactical Pad).

Desde que foi anunciado, Abel Braga fala de caráter em toda entrevista. Algo que deveria ser básico em qualquer profissão. Ainda assim, sem qualidade adianta bem pouco. A boa notícia para os tricolores é que entre o volante equatoriano Orejuela e o centroavante Henrique Dourado o novo Fluminense tem um quarteto com um potencial imenso: Gustavo Scarpa, Sornoza, Douglas e Wellington.

No Engenhão diante de um Vasco ainda envelhecido e deixando espaços demais com a combinação marcação frouxa mais defesa adiantada que Cristóvão Borges não consegue corrigir em suas equipes, isso ficou ainda mais nítido.

Especialmente pela direita, com Scarpa trabalhando pela canhota e fazendo triangulações com Sornoza, meia equatoriano que já muda de patamar o meio do Flu, e Lucas contra o solitário Henrique. Assim saiu a jogada do gol de Henrique Dourado, o segundo da equipe ainda na primeira etapa.

O primeiro foi de Wellington, que pela esquerda buscava os dribles para dentro procurando a diagonal e, mesmo errando em algumas decisões entre passar, chutar ou tentar a vitória pessoal, estava no lugar certo para completar no rebote de jogada entre Dourado e Douglas.

A missão de Abel Braga é ajustar a compactação dos setores, tanto na pressão no campo de ataque quanto na recomposição. Em vários momentos houve um buraco entre os quatro defensores e Orejuela e o quinteto ofensivo.

Espaços que o Vasco aproveitou melhor na segunda etapa com Guilherme e Ederson pelos flancos nas vagas dos improdutivos Escudero e Éder Luís. Um pouco mais de intensidade e também o relaxamento natural do Flu dosando energias em um início de temporada que já teve vitória por 3 a 2 sobre o Criciúma pela Primeira Liga na terça-feira.

Ficaria mais complicado para os tricolores se o time cruzmaltino tivesse sido mais eficiente nas finalizações e não deixasse sua retaguarda escancarada para os contragolpes. Quando Abel trocou Sornoza por Luiz Fernando, que foi fazer dupla com Orejuela na proteção, e Wellington por Marcos Junior, o Flu recuperou consistência.

Fez o terceiro na jogada de Scarpa para Marcos Júnior contra apenas um defensor que o atacante substituto colocou por cima de Martín Silva. Podia ter marcado o fim da invencibilidade de 23 partidas do Vasco no Carioca com uma goleada histórica. Mas o desempenho no início já é animador e ainda tem Richarlison para voltar da seleção sub-20.

Quanto ao time de Cristóvão, é preciso partir do básico. Aguardar o retorno de Douglas, também na sub-20, fechar com Luis Fabiano, como prometido pelo presidente Eurico Miranda, e pensar em um modelo de jogo viável para um elenco repleto de veteranos.

Diante de um adversário veloz e com talento na frente, o Vasco foi presa fácil. É cedo, mas preocupa.

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.