Botafogo sofre sem Aírton, mas vitória é alívio para a volta no Chile
Jogo decisivo em fevereiro é sempre cruel. O clima de final no Engenhão lotado transferia tensão ao Botafogo pela responsabilidade de construir vantagem com um time remontado para abrigar Montillo.
Jair Ventura solucionou mantendo o desenho tático com a mesma variação de 2016: um 4-3-1-2 com Camilo mais atrás em relação a Montillo, que ficava liberado com Roger sem a bola, à frente de duas linhas de quatro. Na de meio-campo, Bruno Silva à direita, Aírton e Camilo centralizados e Rodrigo Pimpão pela esquerda.
Mas se adaptar às peças novas com a obrigação de buscar o ataque num início de temporada é bem complexo. Mais ainda com o bom desempenho do Colo-Colo nos primeiros minutos, com o ala Brayan Véjar e o meia Ramón Fernández levando vantagem pela esquerda seguidamente sobre Bruno Silva e Jonas.
Até Camilo e Montillo se aproximarem, o alvinegro ganhar confiança e avançar as linhas. Mas ainda pilhado, e já perigosamente com faltas seguidas e reclamações junto ao árbitro Juan Soto. O Colo-Colo já se fragilizou com a saída por contusão de Zaldivia para a entrada de Fierro – aquele mesmo, ex-Flamengo – como um dos três zagueiros da equipe chilena montada pelo técnico Pablo Guede.
O golpe que mudou o jogo veio de Aírton. Não uma entrada violenta, marca do volante ao longo da carreira, mas o chute forte e preciso do meio-campista que se reinventou e agora marca, joga e finaliza para marcar seu primeiro gol com a camisa do Botafogo.
Com a atmosfera favorável e a retaguarda desarrumada do Colo-Colo, o segundo gol veio naturalmente, mesmo contra de Esteban Padez. Contragolpe bem trabalhado por Montillo e Pimpão. Parecia a senha para uma vitória confortável a ser administrada no jogo de volta.
Mas Aírton saiu sentindo muitas dores no cotovelo e não voltou. Entrou João Paulo, outra peça nova, também precisando de ajuste. Foi para o lado direito e Bruno Silva ficou mais fixo à frente da defesa. Mudanças demais para uma decisão tão prematura. E logo uma peça tão importante…
O Bota cedeu espaços e na jogada trabalhada sobre a defesa exposta, Paredes encontrou o gol "qualificado" que o time chileno precisava para transformar a euforia no estádio na mesma tensão do início da partida. O Colo-Colo cresceu com Pedro Morález na articulação e Cristofer González à esquerda nas vagas de Fernández e Véjar e passou a acionar com mais frequência Rivero e Paredes.
O Bota foi cansando e com dificuldades para trabalhar com um típico pivô como Roger. O centroavante deu lugar a Joel no final para acelerar os contragolpes, sem muito sucesso. Antes, Jair Ventura tirou o extenuado Camilo e colocou Matheus Fernandes, volante formado no clube, para encorpar o meio-campo. Mas Montillo também havia cansado. Podia ter mantido o camisa dez.
Menos mal que o jovem zagueiro Marcelo Conceição se agigantou na retaguarda, apesar do toque com o braço na área alvinegra no final que a arbitragem ignorou. No apito derradeiro, um misto de alívio e preocupação.
Quem diria há uns cinco anos que um time brasileiro sentiria tanta falta de Aírton em um jogo de Libertadores. Aconteceu com o Botafogo, mas há vida e vantagem para a volta no Chile.
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