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André Rocha

Se vale a superstição, vitória sofrida é bom presságio para o Botafogo

André Rocha

16/02/2017 00h13

Sem Montillo, lesionado, Camilo voltou a jogar na ponta do losango do meio-campo do Botafogo que varia para as duas linhas de quatro sem a bola, espelhando o 4-4-2 do Olimpia que buscava acionar a dupla Mouche e Montenegro, porém sem contundência (Tactical Pad).

Domínio inicial, lesão de ídolo da torcida, sofrimento na segunda etapa, heroi de gol decisivo. O roteiro da vitória sobre o Olimpia no Engenhão só teve uma vantagem em relação ao triunfo contra o Colo Colo: não sofrer gol em casa.

Jair Ventura também fez diferente. Em vez de recuar Camilo como um volante-meia como na estreia no torneio continental, posicionou o camisa dez pela direita num 4-2-3-1. O bom início só nao teve sequência porque Montillo sentiu e saiu com 15 minutos.

Entrou João Paulo e o desenho voltou ao losango, com Camilo retornando à função do ano passado. A mesma variação para duas linhas de quatro, com Bruno Silva abrindo à direita e Pimpão voltando pela esquerda.

E aparecendo na área para completar com lindo voleio a cobrança de lateral direta na área paraguaia de Jonas. O mesmo heroi da classificação no Chile. O Olimpia adiantou as linhas e tentou acionar Mouche e Montenegro.

Ao Bota faltava rapidez, agilidade e precisão de Roger no comando de ataque, embora sobrasse fibra ao camisa nove. Ainda assim, superioridade com 54% de posse e seis finalizações contra apenas duas dos visitantes.

Segunda etapa de sufoco, apreensão no estádio lotado e alguns bons contragolpes do time brasileiro, com Guilherme na vaga do também lesionado Bruno Silva. O técnico Pablo Repetto partiu para o jogo físico com o veterano Roque Santa Cruz e acelerou pela direita com Jonathan González. Rondou a área, finalizou seis vezes contra apenas três, terminou com mais posse. Faltou contundência.

Sobra esperança ao Botafogo. Se vale a superstição que marca o clube e seu torcedor, a vitória sofrida é bom presságio para a volta em Assunção.

(Estatísticas: Footstats)

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.