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André Rocha

Por pouco Jadson não paga o pato. Não é, nem pode ser Sassá Mutema

André Rocha

02/03/2017 00h24

Jadson perdeu a sua cobrança na decisão por pênaltis e podia ter sido o vilão de uma eliminação precoce na Copa do Brasil. Mesmo com o bom momento em resultados e a busca da evolução no desempenho do Corinthians de Fabio Carille, o tratamento dado ao meia veterano, de volta ao clube depois da fantástica jornada no Brasileiro de 2015, é do mágico que vai resolver.

O raciocínio é óbvio – eu diria simplista: Se o time vence apertado e sofre para criar jogadas, coloca lá o "dez" e…SHAZAN! Tudo resolvido.

Não vai solucionar todos os problemas ofensivos. Porque Carille tem o perfil do Tite antes do ano sabático de estudos, observações e reflexões. Ou seja, um treinador que quer seu time organizado (ou engessado) com a bola para, na perda da posse, estar ordenado na recomposição.

Tite notou que era melhor ganhar mobilidade e criatividade, mesmo que isso provocasse mais riscos atrás, que podem ser minimizados com pressão na perda e trabalho coletivo. Mas isso é conquista de um treinador experiente e antenado. Carille está no início do voo solo. Vai aprender.

Menos mal para ele que não foi com um vexame que seria a eliminação para o Brusque na segunda fase da Copa do Brasil. Como o Tolima foi para Tite em 2011. O Corinthians jogou mal, sofreu atrás e foi previsível nas ações ofensivas. Melhorou um pouco com a entrada do camisa 77 na segunda etapa.

Mas não é justo cobrar de Jadson a criatividade de meia central e único responsável pela articulação se seu melhor momento foi pela direita, com liberdade de movimentação e companheiros mais qualificados dando opções.

A articulação não pode ficar por conta de um só jogador. O tempo de Alex e Riquelme, os típicos meias centrais jogando à frente dos volantes "carimbando" todas as bolas, passou. Em 2017 o trabalho precisa ser dividido.

Jadson não é, nem pode ser Sassá Mutema, personagem de Lima Duarte na novela "O Salvador da Pátria". Por pouco ele não pagou o pato em Brusque.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.