Segundo tempo no Maracanã deixa claro: Flamengo é o time dos pontas
O gol de falta de Diego logo aos três minutos e o fato do San Lorenzo não estar em plena competição na Argentina por conta da greve no país condicionaram a disputa no segundo tempo e ajudam a explicar os 4 a 0 na estreia da Libertadores no Maracanã.
Mas ficou claro desde a entrada de Berrío na vaga de Mancuello que o jogo rubro-negro flui melhor quando o 4-2-3-1 tem jogadores rápidos pelos flancos. Zé Ricardo até tentou encaixar o meia argentino como um ponta articulador, mas a experiência em jogos mais parelhos não deu certo.
Muito pela falta de mobilidade em progressão do quarteto ofensivo. Ou seja, quando o time tem a bola e ataca. Esse meia na ponta vem para o centro, alguém se desloca e ocupa o espaço, o lateral faz a ultrapassagem no corredor. Não funciona pelas características de Diego e Mancuello, que são jogadores que correm mais em direção à bola que atacam os espaços à frente.
O primeiro tempo foi de erros de passe, falta de intensidade e alguns sustos do San Lorenzo de Diego Aguirre armado no 4-1-4-1 e atacando pela direita com Cerutti e o suporte de Belluschi. Ainda assim, Everton teve chance clara e carimbou a trave de Torrico.
Com os velocistas se projetando, os jogadores do meio e Guerrero têm opções mais fáceis de passe. O jogo fica mais previsível e isso é um problema diante de times mais organizados e compactos. Algo que poderia melhorar com Diego tocando de primeira e arriscando passes mais verticais e os pontas buscando as diagonais. Mas é inegável que a equipe ganha volume.
Foi às redes ainda com um chutaço de Trauco, que voltou a se aventurar pelo centro. Depois Rômulo em mais uma jogada de bola parada – escanteio cobrado por Diego – e finalizou com Gabriel, que sofreu pênalti que Guerrero desperdiçou, mas depois o ponta que substituiu Everton acertou o ângulo, quando o time argentino estava entregue.
Foram 15 finalizações contra seis apesar da posse de bola praticamente igual. Também quinze cruzamentos, número bem inferior ao das partidas anteriores. Muito porque o time não precisou partir para o "abafa" na segunda etapa.
A goleada é importante pelo reencontro com o Maracanã para resgatar confiança depois da má atuação e do revés nos pênaltis na final da Taça Guanabara. O time, porém, ainda precisa de ajustes. Mesmo com a sequência invicta de 18 partidas, a maior do país entre os clubes da Série A. Com Everton e, bem provável, Berrío na vaga de Mancuello.
Pelo que se viu até aqui na temporada, Zé Ricardo não terá como aguardar Conca com um "dublê" fazendo a função que espera do argentino. Porque o Flamengo é o time dos pontas.
(Estatísticas: Footstats)
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