Viva a "Velha Guarda"! Abelão e Renato Gaúcho na liderança do Brasileiro
São apenas duas rodadas e a última incompleta, ainda faltando São Paulo x Avaí no Morumbi. A história mostra que qualquer posicionamento inicial na tabela de classificação significa muito pouco. Em 2016, Internacional e Santa Cruz chegaram a disputar a liderança da Série A, para terminarem rebaixados.
Mas não deixa de ser simbólico que Fluminense e Grêmio, comandados por Abel Braga e Renato Gaúcho, exceções à renovação no mercado de treinadores do país, sejam os únicos com 100% de aproveitamento e, por isso, ocupem a liderança – vantagem para o tricolor gaúcho pelo saldo de gols.
E não foram vitórias fáceis, sobre equipes sem maiores aspirações na temporada. O Flu superou Santos no Maracanã e Atlético Mineiro no Independência; o Grêmio venceu o Botafogo em casa e o Atlético Paranaense na Arena da Baixada. Quatro times disputando Libertadores, todos classificados para as oitavas-de-final do torneio continental.
O fato de não pertencerem à escola "atualizada" de técnicos não impede que suas equipes apresentem um futebol moderno. Abel Braga não permite que suas equipes mudem a ideia de jogo quando atuam fora de casa. Em Belo Horizonte, o Fluminense nunca abdicou do ataque, mesmo diante do volume do time da casa.
Fez 2 a 0 no primeiro tempo com as armas de sempre: velocidade pelos flancos, troca de passes com bola no chão no meio-campo, que ganhou Gustavo Scarpa como ponta articulador para auxiliar Sornoza e Wendel, mais o trabalho de pivô de Henrique Dourado, autor do primeiro gol e artilheiro do campeonato com três e da assistência para Richarlison ampliar de cabeça.
Depois sofreu pressão na segunda etapa e resistiu com a bela atuação do jovem zagueiro Nogueira. Sem dinheiro para reforços, a diretoria tricolor convenceu Abel a usar a garotada e vem funcionando. A falta de um elenco mais robusto vem sendo compensando pelas surpresas oriundas de Xerém.
Já Renato Portaluppi fez o Grêmio ressurgir depois da frustração no Estadual, tratado como prioridade mesmo disputando Libertadores – motivado, é claro, pela fragilidade do grupo do time gaúcho no torneio continental.
Arthur foi um achado no meio-campo, com bons passes, poder de marcação e aparições no ataque com qualidade, como no golaço sobre o próprio Fluminense pela Copa do Brasil, após tabelar com Luan e Barrios. Dupla de ataque que vai se afinando no 4-2-3-1 que cada vez mais se trasforma em 4-4-2. Autores dos gols em Curitiba.
Com Ramiro mais meio-campista pela direita apoiando o redivivo Léo Moura e Pedro Rocha mais intenso e vertical, buscando as diagonais a partir do lado esquerdo. O sistema defensivo comandado por Geromel que faz marcação individual, mas novamente Renato consegue que seus comandados estejam tão preparados física e mentalmente que compensem com muito vigor físico.
No duelo pela Copa do Brasil, vantagem de Renato Gaúcho em Porto Alegre. 3 a 1 de virada na melhor partida da quarta-feira, porém um tanto eclipsada por outros confrontos do próprio torneio e, especialmente, pela Libertadores.
Não esperem dos dois treinadores discursos rebuscados, com os termos atualizados dentro da ciência esportiva. Talvez terminem bem longe da disputa pelo título nas 36 rodadas restantes. Em campo, porém, a resposta é mais que positiva no que o esporte tem de eterno: quem joga bem sempre estará mais perto da vitória, por mais caótico que seja o jogo em si.
A diversidade sempre é bem vinda, a experiência nunca deve ser desprezada. Ainda mais quando vem acoplada ao carisma que conquista e convence. Abelão e Renato na ponta de um Brasileiro no ano da graça de 2017. Viva a "Velha Guarda"!
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