Nova Argentina de Sampaoli, um ótimo teste. Resultado é o que menos importa
Tite tinha dois problemas para o clássico sul-americano em Melbourne: a formação sem muito entrosamento em função da busca por novos testes e observações. Principalmente, a falta de parâmetros consistentes de observação para imaginar como viria a Argentina, agora comandada por Jorge Sampaoli.
E a albiceleste chegou bem diferente. Não só no sistema tático – um 3-4-3 com Di María bem espetado à esquerda e Messi e Dybala mais próximos de Higuaín – mas também na dinâmica, nos comportamentos, nas ideias de jogo.
O resultado foi uma disputa com altíssima intensidade: pressão sobre quem estava com a bola e muitos deslocamentos. Menos Messi, mantendo seu estilo de trotar em campo e só acelerar com a bola ou na possibilidade de recebê-la. Prejudica coletivamente, mas tem a peça capaz de desequilibrar.
Até as muitas substituições – necessárias para fazer experiências, mas que descaracterizam o jogo em si – a partida foi equilibrada. A Argentina tinha Di María levando vantagem seguidamente sobre Fagner, que destoou e ainda tentou cavar pênalti de forma grotesca. O Brasil sempre rendia mais ofensivamente quando acelerava o passe e aproveitava um "ponto cego" das equipes de Sampaoli: os espaços entre os zagueiros abertos e os alas.
Philippe Coutinho teve duas boas oportunidades, mas novamente não se sentiu confortável pelo lado direito na execução do 4-1-4-1. Por isso a inversão com Willian na segunda etapa. Tite manteve a ideia de manter Renato Augusto mais recuado, defendendo e organizando, e Paulinho chegando mais à frente. A melhor chance, porém, foi no passe longo de Fernandinho e os chutes nas traves de Gabriel Jesus e Willian.
O amistoso foi decidido na bola parada, com Mercado. Mais uma arma dessa Argentina de Sampaoli que tende a crescer. Basta encaixar melhor Messi e Dybala na proposta de jogo. Questão de tempo.
Tempo também ótimo para Tite. Sem foco em resultados, até porque em um passado recente alimentou-se uma ilusão pelas vitórias em partidas sem valer três pontos. Importante foi observar a seleção se mantendo competitiva em alto nível, mesmo sem toda a defesa titular, Casemiro e Neymar. Thiago Silva teve boa atuação e Gabriel Jesus, mesmo apanhando bastante, retornou mantendo o nível de desempenho.
A perda da invencibilidade e dos 100% de aproveitamento é uma questão menor. O teste foi ótimo! Que contra a Austrália o treinador fique mais à vontade, sem a rivalidade continental para exigir um cuidado mínimo. Se a Argentina não tem margem de erro, o Brasil construiu um cenário para já pensar na Rússia.
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