Cristiano Ronaldo segue voando. Portugal deve agradecer ao Real Madrid
Na estreia da Copa das Confederações contra o México, Fernando Santos escalou a seleção portuguesa mais experiente, próxima à formação que venceu a Eurocopa.
Só que o futebol é dinâmico e hoje mandar a campo João Moutinho, Nani e Quaresma com Adrien, Bernardo e André Silva disponíveis é um crime lesa-pátria. Fernando efetuou a correção para a segunda partida, contra os anfitriões.
Rússia que respeitou o campeão continental e mandou para o banco as opções ofensivas Poloz e Erokhin, titulares na vitória sobre a Nova Zelândia na estreia por 2 a 0 para montar um 5-4-1/3-4-3 à la Chelsea de Conte para negar espaços com muita compactação defensiva e saída rápida pela direita com Samedov e Golovin.
Mas, do lado oposto, Kudryashov e Kombarov vacilaram na movimentação para fechar a diagonal de Cristiano Ronaldo, que fez o gol único da partida. Jogada iniciada com inversão de Bernardo Silva para o cruzamento de Raphael Guerreiro que encontrou a estrela máxima do torneio.
Infiltrando pela direita. Porque Cristiano convenceu Fernando Santos a repetir na seleção o que Zidane fez no Real Madrid: dar total liberdade ao seu melhor atacante. Antes, o camisa sete iniciava pela esquerda num 4-3-3 e se juntava ao centroavante em um movimento programado. Agora ele atua solto na frente, alternando com outro atacante. No time merengue, Benzema. Na seleção, o jovem e promissor André Silva.
Cristiano Ronaldo voou na reta final da temporada europeia e mantém o desempenho com a camisa de seu país. Antes, chegava esfalfado, destruído por jogar todas para duelar nas estatísticas e recordes com Messi. Agora está inteiro para buscar o que realmente importa: títulos. Não que ele precise da Copa das Confederações para confirmar a Bola de Ouro, que já é dele.
Na recomposição, duas linhas de quatro com André Gomes fazendo a compensação pela esquerda, Bernardo à direita como no Monaco – e como lembra Messi nos gestos técnicos! William e Adrien no centro, protegendo Cédric, Pepe, Bruno Alves e Guerreiro.
Portugal empilhou chances, teve 62% de posse e quatro finalizações a dois, três contra nenhuma no alvo, no primeiro tempo. Finalizou mais oito vezes na segunda etapa, Cristiano Ronaldo perdeu duas chances claras que podiam até ter encaminhado uma goleada.
Acabou sofrendo com uma Rússia sem ideias, mas presença ofensiva com Poloz e Erokhin, mais Bukharov. No abafa, bolas levantadas na área de Rui Patrício, finalizou seis vezes no segundo tempo, subiu a posse para 42% e fez o adversário correr o risco de novo empate no final, como os mexicanos conseguiram.
Ainda assim, a formação inicial é um bom norte para Fernando Santos, que deve agradecer ao Real Madrid. Não só pela "inspiração" no posicionamento de Cristiano Ronaldo, mas pelo planejamento de fazer o craque "fominha" descansar ao longo da temporada e chegar em junho ainda voando fisicamente. No auge, Cristiano pode comemorar mais uma conquista em 2017.
(Estatísticas: FIFA)
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