Real Madrid é o novo gigante estudado e parado. Pochettino achou a fórmula
Só os próximos jogos dirão se o Real Madrid teve sua confiança abalada pela derrota em Girona no Espanhol. Apenas o tempo é capaz de mostrar ou ao menos sugerir um ponto de virada quando uma grande equipe entra em seu ocaso, ou ao menos um período de oscilação.
Mas o fato é que o bicampeão europeu vive seu pior momento na temporada 2017/2018. Não só por ver o Barcelona disparar na liderança da liga nacional e a grande chance de terminar em segundo no Grupo H da Liga dos Campeões, mas principalmente pela queda de desempenho. Muito pela ausência de Carvajal que tirou força ofensiva pela direita.
Nada, porém, que tire o grande mérito do Tottenham na vitória por 3 a 1 sobre os merengues em Wembley. Porque o treinador argentino Mauricio Pochettino parece ter encontrado a fórmula para superar a equipe de Zidane. Acontece com todos os grandes times: são mapeados, dissecados e vencidos. É o ciclo do futebol. Inevitável com tantas informações disponíveis e profissionais competentes analisando e planejando.
Pochettino não abriu mão da marcação por zona. Nem impediu que o Real terminasse com 57% de posse, 84% de efetividade nos passes e dez finalizações na direção da meta de Hugo Lloris. Mas a distribuição de seus jogadores em campo e a boa execução do plano de jogo criaram muitos problemas para os espanhois.
A começar pela linha de cinco na defesa que virou "moda" na Inglaterra com o sucesso do Chelsea de Antonio Conte. Com os laterais Trippier e Davies bem abertos fechando as descidas dos laterais Achraf e Marcelo, as opções de Zidane no 4-3-1-2 habitual para esgarçar a retaguarda adversária. Também aproveitando o corredor às costas dos oponentes, especialmente Trippier contra Marcelo, como no lance do primeiro gol da partida – com o jogador da equipe inglesa impedido antes se servir Dele Alli.
Davinson Sánchez, Eric Dier, que recuou para a zaga com a saída de Alderweireld, lesionado, logo aos 23 minutos para a entrada de Sissoko, e Vertonghen no centro fechando as diagonais e infiltrações de Cristiano Ronaldo e Benzema, a dupla de ataque bem entrosada com o francês trabalhando para o atual melhor do mundo brilhar.
No meio, um losango não para espelhar o do Real, mas para frear a fluência no setor mais forte do Real Madrid. Harry Winks plantado à frente da defesa negando espaços para a flutuação de Isco. Sissoko marcava pela direita, na zona de Toni Kroos, e Eriksen bloqueava pela esquerda, por onde normalmente circula Luka Modric. Jogadores bem próximos para não deixar brechas.
O jovem e talentoso Dele Alli era a chave para transformar o trabalho sem a bola em transições ofensivas ultravelozes e letais. Porque o meia inglês dificultava a saída de bola rival e circulava às costas de Casemiro para se juntar a Harry Kane, o atacante único do 5-3-1-1 do time londrino. Procurando os lados para abrir espaços e infiltrar em diagonal. Levando vantagem seguida sobre Nacho e Sergio Ramos, a frágil e exposta dupla de zaga merengue.
Sete finalizações no alvo. Duas infiltrações de Alli, uma de Eriksen construíram os 3 a 0 que Cristiano Ronaldo diminuiu. Lloris fez boas defesas, até porque é difícil não ser ameaçado pelo (ainda) melhor time do mundo. Mas o Tottenham mostra para o mundo como bloquear as principais virtudes e explorar as dificuldades do gigante de Madrid.
Com a assinatura de Mauricio Pochettino. Para o Tottenham garantir a classificação e buscar pela principal competição de clubes do planeta o reconhecimento do bom trabalho a longo prazo realizado em Londres.
(Estatísticas: UEFA)
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