Coutinho na sucessão de Iniesta é o Barcelona entrando de vez na nova era
Agora é oficial! Como nossos Pedro Ivo Almeida e Thiago Fernandes cravaram, Philippe Coutinho é do Barcelona por cerca de 620 milhões de reais (leia AQUI). Contrato de cinco anos. Assim já é possível analisar o contexto e as possíveis consequências desta negociação que tem tudo para ser a mais bombástica na janela de inverno europeu.
Se o meia brasileiro, staff e familia planejaram uma transição com menos pressão, sem Liga dos Campeões e desgaste, também para chegar na Copa do Mundo mais inteiro o raciocínio foi perfeito. A impressão, porém, é de que mais uma vez falou alto a urgência de realizar o sonho de atuar no gigante catalão com histórico enorme de brasileiros se destacando, sem contar o medo de que uma lesão grave prejudicasse o negócio.
Para o clube é uma contratação para fechar as feridas da saída de Neymar para o PSG. Outro brasileiro talentoso e midiático, embora bem menos que Neymar, para agradar acionistas e torcedores ao redor do mundo. Também vender camisas e a própria imagem. Estampar um rosto além de Messi e Suárez nas ações promocionais. Business.
Mas tem campo também nesta escolha. Porque ao analisar como o time blaugrana vem atuando e o que Ernesto Valverde planejou no início da temporada com Dembelé, teve que mudar pela lesão do ponteiro e agora deve retomar, a tendência é que Coutinho suceda uma lenda do clube: Iniesta.
Com a saída de Neymar, o eixo ofensivo do Barcelona mudou. Antes o brasileiro era o ponta mais agressivo pela esquerda. Do lado oposto, Rakitic aproveitava o corredor deixado por Messi, saída do meio e fazia dupla com o lateral – primeiro Daniel Alves, depois uma enorme interrogação após a saída deste para a Juventus. Sem a bola, duas linhas de quatro com Rakitic e Neymar pelos lados dando liberdade a Messi e Suárez.
No início da temporada 2017/2018, a ideia era abrir Dembelé à direita, Rakitic e Busquets centralizados e Iniesta pela esquerda. Não como um ponta, mas outro meia deixando todo o lado esquerdo para o apoio de Jordi Alba. Com a entrada de Paulinho no meio, Rakitic foi para o lado direito e Iniesta seguiu pela esquerda.
É aí que entra Coutinho. Assim como Rakitic chegou em 2014 para Xavi ficar no banco e jogar menos na reta final da carreira, o brasileiro deve fazer o mesmo com o camisa oito de 33 anos. Mais intensidade e rapidez pela esquerda. Habilidade, mudança de direção, imprevisibilidade.
Até porque Messi corre cada vez menos e é mais armador. Precisa de mais gente acelerando ao seu redor. Coutinho é meia que pensa correndo e prefere o lado esquerdo para articular e também cortar para dentro e finalizar de pé direito. Na configuração anterior do Barça teria que se adequar mais rapidamente às trocas de passes curtos e seria um armador na linha de três, com a preocupação de não ocupar o espaço de Neymar. Agora vai poder usar suas características para agregar e tornar o time mais vertical. Na hora certa.
Busquets inicia as jogadas com passe limpo, a bola chega a Messi que terá Dembelé, Paulinho ou Rakitic, Suárez e agora Coutinho para acionar em velocidade. A circulação da bola vai ficar mais rápida, assim como a definição das jogadas. Se precisar de paciência e toque num jogo posicional contra times mais fechados e menos perigosos nos contragolpes entra Iniesta descansado, sem tantos minutos na temporada.
Uma proposta para cada jogo. Futebol por demanda. Com Philippe Coutinho, o Barcelona entra de vez na nova era do esporte.
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