Crise pode tirar Real Madrid da Champions. Mas não era piloto automático?
Precisamos mais uma vez voltar à tese simplista de que dinheiro compra bom futebol, vitórias e títulos. Que a Libertadores é melhor que a Liga dos Campeões por conta do equilíbrio e que os times bilionários da Europa vencem os demais, incluindo o campeão sul-americano no Mundial de Clubes, simplesmente pelo abismo no orçamento.
A crise do Real Madrid bicampeão europeu e do planeta, com o atual Bola de Ouro Cristiano Ronaldo e outras estrelas mostra que não é assim que funciona no futebol. Derrota para o Villareal no Santiago Bernabéu por 1 a 0 e, se o Sevilla vencer o Alavés fora de casa o time merengue ainda fica na zona de classificação da Liga dos Campeões. Mas apenas pelo confronto direto – vitória por 5 a 0, a última boa atuação do bicampeão europeu. Uma ameaça real, sem trocadilho.
É óbvio que há muito tempo para recuperação. No pior cenário, se o desempenho não melhorar pode vir a eliminação para o PSG na Liga dos Campeões e aí sobraria tempo e foco para se recuperar na liga nacional e lutar, ao menos, pelo habitual segundo lugar.
Mas eis o ponto: não há piloto automático. Superioridade pura e simplesmente pela maior capacidade de investimento. Se vacilar é alcançado. Porque o esporte é coletivo, não uma mera reunião de individualidades.
O que é difícil entender é que Barcelona e Real Madrid vêm se impondo na Espanha e na Europa sendo os vencedores das últimas quatro edições da Champions porque contam com times que estão entre os melhores de suas histórias. Com Messi e Cristiano Ronaldo, os maiores artilheiros e craques dos clubes desde sempre.
O mesmo vale para o Bayern, base da Alemanha campeã mundial e que só não igualou a geração de Beckenbauer e Gerd Muller com um tricampeonato da Champions exatamente porque tinha um Messi e um Cristiano Ronaldo pelo caminho. Mas na Bundesliga sobra encaminhando um inédito hexacampeonato porque é competente ao se impor como o mais rico.
Lógica semelhante na França com o PSG. Investiu e atropela na Ligue 1, porque o objetivo é vencer o principal torneio continental. Com Neymar e Mbappé há alguma dúvida de que formou o grande esquadrão de sua história? E é bom lembrar: o atual campeão é o Monaco, que não é um "primo pobre", mas prova que para vencer é preciso jogar.
O Real Madrid hesita. Talvez tenha se acomodado com as muitas conquistas, alimentado uma ilusão de dinastia com os títulos seguidos. Ou a obsessão pelo tricampeonato da UCL e o planejamento de estar voando na reta final da temporada como em 2016/17 tenha deixado um buraco inesperado no meio. Algo anda muito errado com o time de Zinedine Zidane, alçado a melhor que Pep Guardiola há poucos meses e agora mais que questionado.
Exatamente porque o futebol é cíclico, imprevisível. Não existe jogo jogado e vencido. O óbvio que às vezes é preciso ser lembrado para rebater teorias criadas por estas bandas. Românticas, vitimistas, saudosistas. Como se nada pudéssemos fazer para melhorar nosso jogo e ser mais competitivo que o Grêmio de apenas uma finalização contra esse mesmo Real Madrid. Com rendimento não muito melhor que o atual.
Este blog insiste: não é apenas dinheiro. Só não vê quem não quer.
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