Topo

André Rocha

Manchester City dá aula de como impor o favoritismo. Vaga garantida

André Rocha

13/02/2018 19h35

No destino das bolinhas para as oitavas de final da Liga dos Campeões o Manchester City foi considerado um dos "sortudos" por fugir de Chelsea, Juventus e Real Madrid e encarar o Basel. Mas depois da eliminação para o Monaco na temporada passada, era obrigação da equipe de Pep Guardiola levar o confronto muito a sério.

Foi o que aconteceu na Basiléia. Em 45 minutos, 73% de posse de bola e 85% de acerto num total de 465 passes contra apenas 150 do adversário. Cinco finalizações, quatro no alvo. Três nas redes.

Gols mostrando todo o repertório do líder e virtual campeão inglês. Começando com Gundogan completando na primeira trave cobrança de escanteio. Depois Sterling chegou ao fundo pela esquerda – problema durante a ausência de Sané e Mendy ao mesmo tempo – e Bernardo Silva, cada vez mais adaptado ao novo clube, não bateu forte. O goleiro tcheco Vaclik aceitou. Depois o arqueiro não pulou no chute de Kun Aguero de fora da área.

Um de cabeça, outro de fora da área. No Barcelona eram mais raros gols construídos desta forma. Uma mostra da evolução do treinador, que não se apega sequer à sua grande obra prima, um dos maiores times da história.  A prova de que os citizens entraram 100% ligados.

Uma aula de como deve se impor um favorito. Sem dar chances ao 5-4-1 montado pelo treinador Raphael Wicky que esperava negar espaços com setores compactos e uma bola nas costas da defesa adiantada do adversário para o único atacante Dimitri Oberlin. Só conseguiu uma vez, mas o atacante não conseguiu finalizar.

Gundogan justificou a opção de Guardiola por colocar David Silva no banco com um golaço na segunda etapa para consolidar a goleada. Atuação tão boa que ofuscou De Bruyne, o meia a dar lugar ao espanhol na segunda etapa que teve como ótima notícia o retorno de Sané muito antes da previsão quando lesionou o tornozelo. E ainda falta Gabriel Jesus…

Para confirmar a qualidade e versatilidade de um elenco curto como gosta o Guardiola, mas cada vez entregando mais futebol. Garantindo com 90 minutos de antecedência a vaga nas quartas de final da Champions. Se na matemática a vantagem é reversível, o melhor futebol praticado na Europa torna a volta no Etihad Stadium uma mera formalidade.

(Estatísticas: UEFA)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.