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André Rocha

Cruzeiro desfalcado peca na concentração e joia do Racing não perdoa

André Rocha

27/02/2018 23h27

O Cruzeiro já não teria Edilson e Leo, suspensos, e ainda perdeu o goleiro Fábio pela morte do pai. Para complicar, aos seis minutos de jogo Fred saiu lesionado para a entrada de Rafael Sóbis. Muitos problemas para uma estreia fora de casa na Libertadores.

Logo contra um time em formação, mas evoluindo com as mudanças na virada do ano. Além do treinador Eduardo Coudet, mais seis jogadores entraram no Racing que se recuperou no Argentino com quatro vitórias consecutivas. Muito volume de jogo e posse – terminou com 53%.

Ainda com problemas, porém. Como os espaços entre a última linha de defesa mais o volante Nery Domínguez  e os três meias além dos dois atacantes no 4-1-3-2. Mas com Lautaro Martínez, joia de 20 anos que faz dupla de ataque com Lisandro López e é o jogador mais cobiçado do país. Jovem, mas inteligência na movimentação entre a defesa e o meio-campo do time celeste.

Diante de um cenário tão complicado, cabia ao Cruzeiro mostrar concentração total sem a bola. Não só nas transições defensivas do 4-1-4-1 inicial com Robinho alinhado a Ariel Cabral no meio e Rafinha e De Arrascaeta nas pontas. Mas, principalmente, nas jogadas de bola parada. Era o que se esperava de um time que só havia sofrido um gol na temporada.

Não aconteceu e Lautaro Martínez foi impiedoso. Cinco finalizações no alvo, três gols. Descomplicando o time argentino nos momentos mais difíceis no Cilindro em Avellaneda. Com a equipe em formação a oscilação é natural.

Cabia ao oponente aproveitar. Mas além de vacilar atrás, o Cruzeiro não foi tão eficiente nas conclusões. Duas bolas nas traves do goleiro Juan Musso, de Arrascaeta e Rafinha, além dos gols do camisa dez uruguaio, completando belo centro de Egídio, e Robinho na cobrança de falta. Foram 12 finalizações, mas sete na direção da meta. Uma a menos que os donos da casa num total de 10.

Quando o empate parecia mais próximo para o time de Mano Menezes que cresceu com a entrada de Thiago Neves e a mudança do sistema para 4-2-3-1 com Robinho e Rafinha nas pontas, Augusto Solari, que entrou como meia pela direita no lugar de Zaracho, definiu os 4 a 2.

Fica a lição do bom jogo no Cilindro para a equipe mineira pensando na sequência do complicado Grupo 5. Não pode faltar concentração em disputa tão parelha. Libertadores não é Campeonato Mineiro.

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.