Messi 600 e histórico! Mas dependência do Barcelona já passa do ponto
O jogo decisivo da temporada para o Atlético de Madri reforça a impressão de que o modelo de Diego Simeone está desgastado depois de sete temporadas.
No Camp Nou, repetiu a estratégia de sempre contra o Barcelona: adianta linhas e pressiona saída de bola. Se o adversário ultrapassa esse bloqueio, se recolhe em duas linhas de quatro compactas para negar espaços, principalmente para Messi.
Mas com cinco pontos atrás na tabela era preciso mais e o time visitante não entregou. Só no segundo tempo, perdendo por 1 a 0, partiu para o desespero mantendo o 4-4-2, porém com Correa na ponta direita e Gameiro fazendo dupla com Diego Costa.
E Griezmann…Depois de sete gols nas últimas duas partidas era de se esperar mais do francês. Assumir o protagonismo, tentar algo diferente. Mas o camisa sete foi o atacante com liberdade atrás de Diego Costa e depois o ponteiro pela esquerda. A rigor, nada produziu.
Melhor para o Barcelona pragmático de Ernesto Valverde. Treinador que voltou a sacrificar Philippe Coutinho de início pela direita na linha de meio-campo. Só inverteu de lado por causa da lesão de Iniesta ainda no primeiro tempo.
Paulinho estava no banco, mas entrou…André Gomes. O blogueiro já desistiu de entender. Não melhora a produção pelo flanco, com ou sem a bola. É lento, tanto para buscar espaços às costas da defesa quanto para fazer a bola circular. Um corpo estranho em campo. Com Suárez lutando, mas pouco inspirado na luta contra Giménez e Godín, sobrou para Messi.
Qualquer time no planeta dependeria do argentino. Na história do esporte poucas equipes não teriam o genial camisa dez como seu maior destaque. Mas este Barcelona tem passado do ponto. Não é por acaso que é o artilheiro da liga espanhola com 24 gols e líder também em assistências, com doze.
Messi recua para organizar e distribuir. Se avança e encontra espaços entre a defesa e o meio do adversário parte para a decisão da jogada. Ou arranca e serve o último passe, ou toca rápido e aparece na área para finalizar.
Ou tenta resolver tudo sozinho. No clássico que encaminha o título espanhol foi o que aconteceu. Buscou a jogada individual, sofreu a falta e cobrou com a precisão que só aumenta. Terceiro gol seguido desta forma, tirando do alcance do ótimo goleiro Oblak.
O 600º gol na carreira em partidas oficiais. Histórico. Mas ele não é super homem, embora pareça um extraterrestre. Muito menos com 30 anos. Não dá para depender tanto, ainda que o talento transborde.
Abrindo oito pontos no topo da tabela, mais a vantagem no confronto direto, é o momento de descansar um pouco Messi. Administrar a liderança na liga e focar na Champions. Mas principalmente buscar soluções ofensivas para não viver de seu craque maior. A inversão de bola para Jordi Alba já está manjada pelos rivais. Sobra muito pouco.
Valverde tem que abrir o leque. Ou rezar para o maior jogador da história do Barcelona seguir fazendo seus milagres. Até quando ele aguenta?
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