Palmeiras é favorito, mas pode dar o que o Santos de Jair precisa: espaços
Um terminou a fase de grupos com a melhor campanha e nas quartas-de-final enfiou 8 a 0 no placar agregado sobre o Novo Horizontino. Tem um dos elencos mais qualificados do país e o artilheiro da competição: Borja, com 6 gols, mas que vai ficar de fora das semifinais pelo absurdo no calendário brasileiro de se jogar em datas FIFA. Melhor ataque, time que mais finaliza, desarma certo e só fica atrás do Corinthians na efetividade dos passes.
O outro ficou com a terceira pior campanha entre os grandes paulistas, um ponto apenas à frente do São Paulo claudicante de Dorival Júnior e no primeiro mata-mata sofreu, não marcou gols sobre o Botafogo de Ribeirão Preto e precisou da disputa de pênaltis, com cobranças bizarras, para conseguir a classificação.
Agora Palmeiras e Santos se cruzam e, obviamente, há um claro favorito. Até por ter vencido por 2 a 1 no Allianz Parque no primeiro duelo de 2018. Mas há um detalhe que tem passado batido nas prévias do clássico: o contexto pode entregar uma arma ao Santos.
O time de Jair Ventura vem sendo criticado pela dificuldade de propor jogo e criar espaços em sistemas defensivos mais fechados. Mesmo com mais dinâmica no meio-campo com Léo Cittadini e Jean Mota nas vagas de Renato e Vecchio, a movimentação não cria jogo entre as linhas do adversário e a equipe fica engessada, previsível. Sem recursos, é a que mais levanta bolas no estadual.
Só que mesmo no Pacaembu com maioria santista no sábado, a tendência é que o Palmeiras busque a ocupação do campo de ataque no ritmo de Lucas Lima, com Marcos Rocha e Victor Luiz apoiando Bruno Henrique e mais o quarteto ofensivo que novamente terá Keno e Dudu pelos flancos e Willian mais centralizado, porém com constante movimentação. Como consequência, deve ceder o que Jair Ventura mais precisa: espaços.
É óbvio que o volume de jogo e a intensidade impostas pela equipe de Roger Machado podem criar muitos problemas para um time ainda buscando ajuste. Mas se conseguir compactar setores num 4-1-4-1 com um bom trabalho de recomposição pelos flancos de Eduardo Sasha e Rodrygo e entrega sem a bola do garoto Diogo Vítor, que deve entrar na vaga de Jean Mota, o Santos pode complicar a provável proposta alviverde.
Especialmente com Gabriel Barbosa, o "Gabigol", que não estava em campo no jogo da fase de grupos, para cima de Antonio Carlos e Thiago Martins, mesmo com a proteção de Felipe Melo. É atacante inconstante e com dificuldades na leitura de jogo, mas com campo para explorar as costas da defesa adversária ou no um contra um para cortar e finalizar de canhota é um perigo. Já marcou seis gols na história do clássico.
Em tese, o Palmeiras tem tudo para se garantir em mais uma decisão do Paulistão. Mas o Santos de Jair Ventura tem uma chance e os espaços como trunfo. Ainda que não honre o DNA ofensivo do clube, o time merece respeito.
(Estatísticas: Footstats)
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