VAR agora é regra! Porque o "molho" do futebol é o melhor sair vencedor
A International Football Association Board (IFAB), órgão da FIFA responsável por regulamentar as regras do futebol, anunciou mudanças para os próximos dois anos. Entre os pontos mais relevantes se encontram a permissão para a quarta substituição na prorrogação e a introdução do árbitro de vídeo (VAR), já valendo para a Copa do Mundo na Rússia. Leia mais AQUI.
Impressiona como a utilização do árbitro de vídeo possa ser algo tão contestado no Brasil. Talvez porque se os erros de arbitragem forem minimizados para muita gente vai faltar assunto. Seja em programas de debates na TV e no rádio, seja nas mesas de bar e o fetiche das teorias de conspiração.
Mas basta pensar em um futebol profissional, com investimentos cada vez maiores e muito em jogo nas principais competições para concluir o óbvio: decisões tão importantes não podem ficar a cargo apenas dos olhos de quem está no campo. Em fração de segundos, nem sempre em uma posição privilegiada para a melhor interpretação.
É óbvio que ainda haverá erros ou lances muitos questionáveis. As câmeras e os demais recursos tecnológicos continuam sendo ferramentas para a análise e a interpretação de um ou mais indivíduos, com todas as suas imperfeições, incoerências e fraquezas.
Mas só de evitar erros grosseiros, muitas vezes detectados na TV sem precisar de repetição ou câmera lenta, já será um enorme avanço. Assim como oficializa o uso "informal" dos recursos, como fica nítido em algumas partidas jogadas no Brasil, mas não se admite por ser uma irregularidade.
O lateral Marcelo, do Real Madrid e da seleção brasileira, disse após o clássico contra o Barcelona no fim de semana que era contra o VAR porque "tira o molho do futebol". Os detratores desta modernização vibraram, assim como o erro dos árbitros de vídeo no Campeonato Australiano.
Muito fácil para o brasileiro dizer isso depois de ver sua equipe prejudicada em uma partida que objetivamente nada valia pelo Campeonato Espanhol. Mas beneficiada por erros tão graves quanto na Liga dos Campeões, grande objetivo do time merengue na temporada. Inclusive num pênalti que o próprio brasileiro admitiu ter cometido colocando a mão na bola dentro da área. Mas sem mudar o resultado final da partida.
Para quem joga no time grande, de fato, o VAR pode atrapalhar muito. Afinal, na dúvida e precisando decidir em um segundo, a arbitragem muitas vezes pende para o mais forte e influente temendo uma punição maior caso tenha se equivocado na interpretação.
Mas se o que torna o esporte tão apaixonante é sua imprevisibilidade, nada melhor que um recurso que aumente as chances do menor vencer o mais poderoso. Dizem por aí que o bom do futebol é que ele não é justo e um time pode vencer sendo dominado e acertando apenas um chute a gol. Então que o VAR seja mais uma ferramenta que possibilite que ninguém interfira nessa particularidade.
Que venha o árbitro de vídeo! Porque o verdadeiro "molho" do futebol é o melhor – ou o mais eficiente ou o mais feliz nos 90 minutos – saindo de campo com a vitória.
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