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André Rocha

Sem o típico "pivozão", Cuca faz o Santos trabalhar para o redivivo Gabigol

André Rocha

01/09/2018 20h58

Sem a maratona de Copa do Brasil e Libertadores, a tendência é o Santos de Cuca ganhar corpo. Mesmo sem muito tempo para trabalhar até aqui, já é possível notar uma melhor organização no 4-1-4-1. Sem tantas perseguições longas que quebram a última linha de defesa, prática habitual do treinador.

Nos 3 a 0 sobre o frágil Vasco na segunda partida sob o comando de Alberto Valentim, o time paulista marcou os gols através de combinações pelos flancos como devem ser: aproximação, ultrapassagem e passe para trás do fundo para quem chega de trás. Duas pela direita, uma pela esquerda. Gabriel Barbosa, o Gabigol, chegou três vezes. Agora tem dez gols e é um dos artilheiros do Brasileiro, ao lado de Pedro do Fluminense.

Redivivo por uma ideia de jogo que potencializa suas virtudes. Joga solto na frente, com Sánchez e Pituca adicionando inteligente ao meio-campo e Rodrygo e Sasha fazendo diagonais partindo das pontas para se juntar ao camisa dez na área adversária. Sem a bola, duas linhas de quatro com Sánchez aberto e um dos ponteiros voltando do lado oposto.

Sem o típico "pivozão" que Cuca costuma usar em seus times para disputar pelo alto nas ligações diretas, o Santos troca passes, movimenta as peças e tenta pressionar para roubar a bola na frente e chegar rapidamente à área adversária.

Assim controlou o jogo no Maracanã e foi efetivo. 48% de posse, nove finalizações, cinco no alvo. Três nas redes de Martín Silva, que poderiam ser quatro se Gabriel não perdesse gol feito no contragolpe. Óbvio que o descoordenado trabalho defensivo de um Vasco constantemente mexido, inclusive no comando técnico, colaborou para a fluência ofensiva do alvinegro praiano. Não por acaso é uma equipe constantemente vazada. São 32 sofridos, abaixo apenas de Sport (34) e Vitória (40). Tão preocupante quanto a aproximação do Z-4.

Não tira, porém, os méritos do Santos que pula, ao menos por enquanto, para a primeira página da tabela do Brasileiro. Ainda tendo um jogo a cumprir – justamente contra o Vasco, em São Paulo. Com praticamente um turno a cumprir, o G-6 é meta mais que palpável. Ainda mais com o "sprint" do redivivo Gabigol.

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.