Volta do Grêmio titular salva mais um Brasileiro "água de salsicha"
Sim, o São Paulo foi heroico sem Nenê e Everton no quarteto ofensivo e perdendo Diego Souza expulso ainda no primeiro tempo contra o Fluminense no Morumbi. Na fibra conseguiu o empate com Tréllez, o reserva que já descomplicou outras partidas e é mais um recurso de Diego Aguirre.
Está com jeito de campeão e Internacional e Flamengo, os concorrentes principais no momento, aumentam essa impressão deixando pontos pelo caminho e falhando em partidas em que deviam confirmar a força na disputa. Mais Palmeiras e Cruzeiro ainda envolvidos com Copa do Brasil e Libertadores.
Para os são-paulinos, o cenário é maravilhoso. E há muitos méritos do time em um clube gigante sem conquistas relevantes há tanto tempo. Especialmente na personalidade e na força mental. Se protagonizar o sétimo título do tricolor do Morumbi não é justo colocar ressalvas ou asteriscos – a menos que algo excepcional aconteça neste returno.
Mas o rendimento é o mais do mesmo da "água de salsicha" que tem sido as últimas edições do Brasileiro. Ainda mais com as competições mata-mata sendo disputadas o ano todo. Calendário inchado, pouco tempo para treinar, pressão por resultados imediatos, torcidas insanas nos estádios e redes sociais. É pensar no próximo jogo da competição tratada como prioridade. Fazer o simples sem muita margem de evolução.
A exceção é o Grêmio. Mesmo com oscilações ao longo da temporada e a dura adaptação à perda de Arthur para o Barcelona, o time de Renato Gaúcho continua jogando, na média, o melhor futebol do país. Trabalho menos longevo que o de Mano Menezes no Cruzeiro, porém mais assimilado e conseguindo manter o rendimento acima dos demais.
É o único capaz de proporcionar espetáculos como os 4 a 0 sobre o Botafogo. Sim, adversário frágil em Porto Alegre. Mas quantas vezes os demais concorrentes envolveram com tanta facilidade os oponentes mais fracos e ainda brindando o público com belas tabelas, triangulações e dribles?
Maicon assumindo a organização, Luan encontrando espaços entre a defesa e o meio-campo adversários – mesmo sem a fase de melhor da América em 2017. Na frente, enfim Jael se firmando como titular e Everton Cebolinha como o elemento desequilibrante partindo da esquerda para criar e finalizar. Alta posse de bola, ocupação do campo de ataque, mas também com solidez defensiva. Subiu para o quinto ataque mais positivo e segue como a equipe menos vazada.
Caiu na Copa do Brasil para o Flamengo, sim. Sendo inferior aos rubro-negros nos 180 minutos, mas tendo períodos de domínio e colocando o adversário em risco. Sem abrir mão da sua maneira de jogar que nos melhores momentos combina beleza e eficiência como nenhum outro no Brasil.
É claro que há outros times em ascensão e que merecem ser lembrados, como o Atlético Paranaense de Tiago Nunes e o Santos de Cuca. Mas com outros objetivos no campeonato. Há pouco ficar longe do Z-4, agora alcançar o G-6. Difícil sonhar mais alto que isso.
O Grêmio está a seis pontos do São Paulo faltando 16 rodadas. Diferença perfeitamente reversível, mas com a Libertadores como obsessão do clube e boas possibilidades de eliminar o Tucumán para chegar às semifinais, a falta de foco e a utilização de reservas em jogos importantes devem tirar o fôlego para uma arrancada. Só se os suplentes encaixarem bons jogos nesses hiatos. Fica mais difícil com a competição afunilando, momento em que times lutando para não cair dão a vida por pontos.
Tudo é risco e a competição tratada como prioridade não é fácil de vencer. Pode até terminar o ano apenas com as conquistas do Gaúcho e da Recopa Sul-Americana e ver um Cruzeiro ou Palmeiras como o time do ano faturando as taças no mata-mata. No país do futebol de resultados talvez falem até em "fracasso".
Ainda assim, seguirá ostentando o futebol mais agradável às retinas. A salvação até aqui de mais um Brasileiro achatado por baixo em técnica e tática.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.