Empate no clássico dos contrastes: Vasco surpreende, Fla é mais do mesmo
Quando saiu a escalação do Vasco antes do clássico em Brasília foi difícil imaginar como os jogadores se distribuiriam em campo. A formação inusitada de Alberto Valentim, depois de sua primeira semana cheia para treinamentos, foi uma surpresa para Maurício Barbieri e seus comandados.
Na prática, um 4-3-1-2 com Maxi López na referência, Andrés Rios saindo da direita para dentro e abrindo o corredor para as descidas de Raul e Fabrício partindo da função de "enganche" e procurando o lado esquerdo para combinar com Ramon.
Foram 27 minutos de domínio cruzmaltino. Deixando a posse de bola para o Flamengo e chegando em velocidade, principalmente com Raul pela direita. Seis finalizações contra uma do rival. Duas chances claras com a dupla de ataque até Maxi disputar com Léo Duarte e a bola sobrar para Rios empurrar para as redes.
Só que a intensidade vascaína cobrou um preço ao longo do jogo: a resistência física foi acabando para jogadores que não tinham uma sequência de partidas e o Flamengo foi adiantando as linhas e rondando mais a área do oponente.
Só que o time rubro-negro talvez seja o mais lento da Série A brasileira. Não só pela ausência de Vinicius Júnior, a referência de velocidade no bom momento até a parada para a Copa do Mundo, mas principalmente pela morosidade para circular a bola e acelerar o jogo com passes para frente quebrando as linhas de marcação do adversário.
Paradoxalmente acabou melhorando com a expulsão de Diego. Mas o gol de empate logo após o cartão vermelho para o camisa dez não teve nenhuma relação com a mudança. Mais um dos muitos cruzamentos de Pará, infelicidade de Luiz Gustavo para ajudar um ataque nada contundente.
Mas com Berrío e Arão nas vagas de Vitinho e Uribe, Paquetá foi para a referência na frente e o Fla passou a dar sequência às jogadas e criar mais perigo para a meta de Martín Silva. Valentim fez as três substituições para reoxigenar seu time, mas perdeu Bruno Silva num choque que tirou o jogador numa ambulância que precisou ser empurrada (!). Com dez para cada lado, restou ao Vasco lutar com Máxi López. Impressionante como o argentino consegue levar vantagem nas típicas disputas de centroavante com os zagueiros. Podia ter feito o gol da vitória.
Foram 16 finalizações para cada lado – sete do Vasco no alvo, uma a mais que o Fla, novamente o dono da bola: 58% de posse.De novo exagerando nos cruzamentos, com 40 bolas levantadas. Muita esforço, pouca efetividade. Mais do mesmo, tendência de se afastar de vez da busca pelo título. Se o Atlético Mineiro vencer o clássico contra o Cruzeiro reserva, o Flamengo terá mais um concorrente se aproximando.
Outro empate no duelo entre desiguais que se equilibra no campo com seus contrastes. Alberto Valentim foi arrojado e alcançou seu primeiro ponto. Mas a luta para seguir na Série A, com vitórias na semana de Chapecoense e Ceará, será duríssima. Pode terminar a 25ª rodada em penúltimo lugar. Vem mais um drama por aí.
(Estatísticas: Footstats)
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