Cruzeiro peca, mas arbitragem é que decide para o Boca. Parabéns, CBF!
O Cruzeiro pecou na Bombonera por não aproveitar o período de superioridade nos primeiros 15 minutos, até surpreendendo o Boca Juniors pela personalidade com que ditou um ritmo mais lento para "congelar" o adversário e a torcida. Thiago Neves teve a chance e não aproveitou.
No início da segunda etapa também, com Mano Menezes surpreendendo ao desmontar o 4-2-3-1 habitual e se rearrumar num 4-3-3 com Robinho recuando, Rafinha, o substituto de Arrascaeta, indo para o lado direito e Thiago Neves e Barcos alternando no centro do ataque e à esquerda. Robinho e novamente Thiago Neves perderam chances cristalinas.
Não pode perdoar diante de um oponente tão tradicional, embora a equipe atual comandada por Guillermo Schelotto esteja longe em desempenho dos grandes times da história do clube xeneize. Começou com Pavón à direita, mas depois o ponteiro invertou o lado com Nández no 4-2-3-1 que tinha o colombiano Barrios incansável na proteção da defesa e Pablo Pérez articulando de trás.
Também aparecendo no ataque para aproveitar erro de Lucas Silva na tomada de decisão que provocou um "efeito dominó": o volante cruzeirense fechou um espaço morto e não acompanhou o deslocamento de Pérez para receber a bola. Para em seguida estar mal posicionado e não conseguir bloquear o passe para Zárate, o meia central que infiltrou pela direita para tirar do alcance de Fábio.
O período entre o gol do Boca e o final do primeiro tempo foi o único em que o time da casa conseguiu aquela sintonia com a massa que intimida os rivais. Ataca, perde e logo pressiona, o adversário apela para o chutão, o time recupera a bola e segue atacando com volume. A torcida cresce junto e o adversário não respira.
O Cruzeiro saiu vivo e o jogo seguiu equilibrado na segunda etapa. Até o absurdo da expulsão de Dedé. Um choque acidental com o goleiro Andrada. O zagueiro foi o primeiro a pedir atendimento ao adversário. Nenhum jogador do Boca responsabilizou o brasileiro e pressionou a arbitragem. Mas Eber Aquino resolveu consultar o VAR e apresentou cartão vermelho.
Um erro que mudou a história do jogo e o gol de Pérez em falha da retaguarda justamente no setor de Dedé foi mera consequência. Mas pode definir a vaga na semifinal da Libertadores. Nenhuma surpresa. A Conmebol, comandada por um argentino, é mais que suspeita, como sempre foi. Nada de "nova".
A culpa, porém, é da CBF. Sem força política, com dirigentes bizarros, credibilidade zero. Os clubes brasileiros também têm responsabilidade por aceitarem esse cenário grotesco. Mais uma vez parecem desconhecer a força que têm.
De qualquer forma, o Cruzeiro pode reverter os 2 a 0. O Boca já havia mostrado estar longe de ser temível na derrota em casa para o Palmeiras na fase de grupos. Só que o time mineiro desta vez terá que se impor em casa, algo que não conseguiu até aqui no mata-mata, inclusive pela Copa do Brasil. Também porque não precisou.
Sem Dedé será bem mais complicado. Parabéns aos envolvidos!
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