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André Rocha

Empate entre a força do elenco do Liverpool e o Chelsea pragmático de Sarri

André Rocha

29/09/2018 15h41

Maurizio Sarri não fez o Chelsea voltar a utilizar a linha de cinco na defesa dos tempos de Antonio Conte, especialmente na conquista do título inglês na temporada 2016/17, para encarar o lider Liverpool, então com 100% de aproveitamento na Premier League.

Os Blues atuaram no habitual 4-3-3 dentro do Stamford Bridge, com Jorginho "regista" protegido por Kanté e Kovacic. Valorizando a posse de bola, mas com cuidados defensivos condizentes com a qualidade e o volume de jogo do adversário.

Porque a equipe de Jurgen Klopp domina o jogo pela pressão no campo do oponente, controle dos rebotes e por finalizar muito dentro do seu estilo de definir rapidamente as jogadas, acelerando em busca do tridente Salah-Firmino-Mané. Sempre um perigo, mesmo com a atuação sem brilho do atacante egípcio, que perdeu chance cristalina no primeiro tempo e mais tarde deu lugar a Shaqiri. Suíço que perdeu gol feito na segunda etapa.

Hazard também perdeu, ao receber de Kanté, disparar livre, mas ter o ângulo da finalização fechado pelo goleiro Alisson. No primeiro tempo, porém, o camisa dez belga concluiu com precisão num chute cruzado em rápida transição ofensiva que começou com um "tapa" dele mesmo, passe de Jorginho para Kovacic, que encontrou Hazard na frente. De novo desequilibrante.

O time da casa recolheu as linhas, teve apenas 47% de posse e nove finalizações – quatro no alvo. Tentou acelerar contragolpes com Moses na vaga de Willian, que também perdeu boas chances em contra-ataques, Morata no lugar de Giroud e ainda Barkley substituindo Kovacic. Marcos Alonso, sempre ofensivo, só pisou na área dos Reds em bolas paradas.

O Liverpool com a fome de sempre, em qualquer campo. Klopp ainda trocou Henderson e Milner por Keita e Sturridge. Uma mostra da força do elenco que o treinador alemão não ostentava na temporada passada. Fez o goleiro Kepa trabalhar e David Luiz salvar sobre a linha cabeçada de Firmino.

Intimidou os donos da casa com autoridade até o golaço de Sturridge, encobrindo Kepa. Ao menos para manter a invencibilidade na liga, comprovar a força e se redimir da derrota na Copa da Liga Inglesa por 2 a 1. Um ponto precioso em sequência complicada que terá Napoli fora de casa pela Liga dos Campeões e o duelo com o Manchester City de Guardiola, o novo/velho líder pelo saldo de gols, em Anfield Road.

O Chelsea tentou ser mais pragmático. Ou não teve outra opção. Podia ter resolvido o jogo, mas pelo valor do rival não pode tratar o empate como dois pontos perdidos. Longe disso.

(Estatísticas: BBC)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.