Vitória do Palmeiras é de favorito, mas pane mental do São Paulo assusta
A atuação do Palmeiras foi segura dentro de sua proposta de jogo. Cuidados defensivos no início do clássico no Morumbi, exagerando um pouco nas ligações diretas para quem tinha Felipe Melo, Moisés e Lucas Lima no meio-campo. Compreensível pelo peso do jogo.
Mas quando a tensão típica de um "Choque-Rei" decisivo deu lugar à leveza com que o Alviverde disputa o Brasileiro, com muitos jogadores considerados reservas e priorizando os torneios de mata-mata (agora a Libertadores), o time de Luiz Felipe Scolari foi adiantando as linhas e trocando mais passes na execução do 4-1-4-1 que encaixava com o 4-2-3-1 tricolor.
Mas o gol novamente veio na bola parada. Escanteio da direita cobrado por Dudu, gol de Gustavo Gómez suficiente para dar pane mental no São Paulo. O segundo foi o retrato do momento do jogo: rebote do escanteio para o time da casa, transição ofensiva rápida que encontrou três palmeirenses contra dois são-paulinos. Passe de Mayke, chute de Dudu na trave. Com os adversários estáticos, o Palmeiras recuperou a bola e Mayke colocou na cabeça de Deyverson, totalmente livre.
Os comandados de Diego Aguirre pareciam pregados no chão. Apatia assustadora. Desde o início dando a impressão de estarem perdidos com a mudança na escalação sem mexer no 4-2-3-1 que tinha Rodrigo Caio na lateral direita, Bruno Peres como ponta e Rojas do lado oposto. Pouco mudou com Carneiro, Everton e depois Tréllez.
Porque elenco e treinador parecem não ter assimilado bem a condição de líder e favorito ao título. Talvez pese a responsabilidade de encerrar o jejum de títulos num cenário em que os rivais da cidade, Corinthians e Palmeiras, vem dominando o cenário nacional.
Na prática, justamente quando se imaginava o crescimento do time com as semanas livres para recuperação e treinamento o desempenho despencou. O time não troca passes no campo de ataque com desenvoltura nem se destaca pelo jogo mais direto. Finaliza pouco quando ocupa o campo de ataque por necessidade. Nem a ausência de Everton por lesão justifica tamanha estagnação.
O revés complica demais a briga pela liderança. Até por abalar a confiança para o duelo da próxima rodada contra o Internacional no Beira-Rio. Se voltar de Porto Alegre com a derrota será a pá de cal na disputa pelo título. Cenário surreal para quem cresceu com jogos seguidos, inclusive na Sul-Americana, logo após a Copa do Mundo e se perdeu com tempo para trabalhar.
O Palmeiras vai na contramão. Melhor campanha do returno com viés de alta. Apenas 40% de posse, 62 lançamentos de uma equipe que corre poucos riscos atrás e procura muito o pivô (Deyverson ou Borja). Mas oito finalizações – cinco no alvo contra apenas uma do rival, total de cinco. Eficiência que impressiona, ainda que tenha desperdiçado a chance de aplicar uma goleada fora de casa.
Volta a vencer no Morumbi depois de 16 anos (24 jogos). Triunfo não só de candidato ao título, mas do grande favorito nesta reta final.
(Estatísticas: Footstats)
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